A contrapelo de tantas teorias musicais modernas, que sob influência
kantiana entendem a música como puros sons matematicamente ordenados,
independentes das emoções que possam despertar no ouvinte, a mim me
parece evidente que essa concepção é uma amostra típica do pensamento
metonímico. Os sons assim considerados só existem como entes de razão,
já que ALGUMA emoção virá sempre com eles, não só na alma do ouvinte,
mas do próprio executante, e só pode ser separada deles na mente, não na
realidade. Concretamente falando, a música é sempre uma seqüência
ordenada de emoções conduzidas por uma seqüência de sons planejada para
isso. A satisfação "puramente intelectual" do músico que deseja fazer
abstração das emoções não é senão uma emoção entre outras possíveis.
O de C
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