segunda-feira, 11 de julho de 2016

Sobre as universidades brasileiras, analfabetismo funcional e histeria - O de C


As universidades brasileiras não têm mais conserto. Têm de ser, como já estão sendo, passadas para trás pelos cursos particulares mais sérios. Meus próprios alunos já fundaram alguns desses cursos, que juntos vão formando aos poucos a ÚNICA universidade brasileira digna desse nome. Continuem fazendo o bom trabalho e daqui a dez anos um diploma da USP, da PUC ou da UNICAMP -- exceto em algumas raras áreas técnicas -- só servirá como garantia de desemprego.



Qualquer pessoa alfabetizada tem a obrigação de captar instintivamente, na frase "Você não merece ser estuprada", a insinuação elíptica : "Você não merece NEM MESMO ser estuprada", o que é uma ofensa brutal mas não é de maneira alguma uma apologia do estupro nem admite ser interpretada nesse sentido.
Afirmo, sem medo de errar, que todos os acusadores do Bolsonaro nesse episódio são pessoas INSUFICIENTEMENTE ALFABETIZADAS.
E não adianta dizer que alguns estão só fingindo premeditadamente. Não é assim que o fingimento histérico funciona. O fingidor histérico, quando quer, bloqueia qualquer capacidade intelectual que o incomode, e acaba por perdê-la realmente. De modo que uns foram mal alfabetizados, outros se analfabetizaram depois de adultos.
Pior: O fingimento histérico, quando passa de um certo limite, já não é em si mesmo o sintoma principal. Deve ser interpretado como camuflagem de alguma patologia oculta bem mais grave. Quando o sujeito exagera no artificialismo, ele tem, no fundo da sua alma, bons motivos para fugir de si mesmo.


Esclarecendo um pouco mais: o analfabetismo funcional pode ser inoculado artificialmente por meio do fingimento histérico. As universidades, no Brasil, existem precisamente PARA ISSO. Quem leu o livro do Dr. Lobaczewski sabe do que estou falando. Quando um grupo de psicopatas toma o poder, o fingimento histérico se espalha pela sociedade epidemicamente. E é claro que, na esfera das discussões públicas, um dos sinais mais patentes dessa epidemia será a recusa passional de entender o óbvio, quando o óbvio ameaça as defesas psíquicas do fingidor histérico.


Um diploma de filosofia, direito, ciências sociais ou letras conferido por qualquer universidade brasileira é, com notável freqüência estatística, um ATESTADO DE ANALFABETISMO FUNCIONAL. Os que o possuem têm boas razões para desejar tapar a boca de quem não padeça da mesma deficiência, já que a presença deste é uma constante ameaça às suas débeis e vacilantes defesas psíquicas. O ódio histérico reativo, aí, pode se tornar demência coletiva.


Existe o analfabetismo funcional de base, adquirido desde a escola primária, e existe o analfabetismo funcional tardio, auto-inoculado por fingimento histérico. O primeiro é curável sempre, o segundo só em casos raríssimos de arrependimento e metanóia.


Poses, artificialismos e afetações insistentes de bom-mocismo, num professor ou conferencista, denotam imaturidade, insegurança e problemas emocionais mal resolvidos.


Um professor tem de concentrar-se de tal modo no OBJETO da sua exposição, que não precise nem possa pensar na impressão que está dando à platéia. Um professor não é um pregador em busca de conversões, nem um ator empenhado em produzir emoções, nem um advogado ansioso para obter uma sentença favorável.


Tiago Silveira Não dá pra ser várias coisas contraditórias mesmo, mas acho que causar emoções é relevante ao lidar com crianças e adolescentes,. Adulto já deve iniciar um estudo com seus sentimentos, em relação ao conteúdo, por si mesmo. Eu penso que seja mais ou menos assim.

Olavo de Carvalho
Olavo de Carvalho Tiago Silveira Se tiver de haver emoção, que seja causada pela contemplação do objeto e não pela performance teatral do professor.
Histeria não tem nada a ver com ter chiliques e dar gritinhos, embora essas coisas às vezes aconteçam. Histeria basicamente é mentir para si mesmo, é autopersuasão forçada, é criar um falso personagem e acreditar nele.
Olavo de Carvalho

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