terça-feira, 8 de março de 2016

No passado, era muito mais difícil uma pessoa não-qualificada ter acesso às produções de uma qualificada. O fim dessa era provavelmente veio com a imprensa. No século XVII, Descartes escreveu as Meditações em latim para evitar ser lido por gente deseducada -- ler em latim não tem nada de místico, mas na época era sinal de que você tinha passado por um curso mínimo de artes liberais. Hoje, já inventamos os analfabetos funcionais que lêem em latim, em grego, em sânscrito: são as maravilhas do mundo moderno. De quebra, criamos as redes sociais, que dão a esses mesmos analfabetos a sensação de uma ilusória "igualdade de direitos" na discussão intelectual. Basta existir para ter o direito de pôr o dedinho em riste e cobrar "refutações" dos seus "argumentos". Eis a definição do Facebook.

RFalcon

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