Rafael Falcón Só depois de ter filho fui perceber que o Roberto Bolaños era extremamente observador. Cada tiquezinho do Chaves foi tirado de algum comportamento infantil comum. E ele imita perfeitamente, é coisa de louco.
Rafael Cursino O que ocorre psicologicamente quando você escuta a palavra Lúcifer? Não existe algo como uma reminiscencia na alma que aparentemente se inicia escapada do nosso controle? Fenômeno esse que poderia ser encarado desde uma consciência expandida e ciente d...Ver mais
Curtir · Responder · 2 · 7 de abril às 15:27
Rafael Falcón Isso
é uma confusão danada. O nome do gato é uma referência a Lúcifer, e não
o contrário. O gato se chama Lúcifer porque é um capeta, ele não
pretende substituir Lúcifer ENQUANTO capeta.
Curtir · Responder · 7 · 7 de abril às 15:28
Rafael Cursino Você está dizendo isso desde a seu horizonte de consciência, seu domínio da linguagem etc.
Curtir · Responder · 2 · 7 de abril às 15:31
Gabriel Warken Charczuk A série é Luther, não Lúcifer.
Rafael Cursino http://www.adorocinema.com/series/serie-18145/ É bem recente Gabriel.
Curtir · Responder · 1 · 7 de abril às 15:34
Rafael Falcón Justamente.
Eu assisti a Cinderela quando criança, e não me lembro de uma idade em
que eu não fosse capaz de compreender que a figura inteira do gato era
uma alusão. As orelhas dele parecem chifres, há cenas em que parece que
há fogo atrás dele, etc. Tudo na figura dele é alusivo, e isso em si
contradiz qualquer pretensão de substituir o demônio.
Curtir · Responder · 8 · 7 de abril às 15:35
Rafael Cursino Que a coisa é metonímica eu não nego.
Só não sei mesmo o que se dá disso tudo. Por isso que fiz um monte de perguntas.
Só não sei mesmo o que se dá disso tudo. Por isso que fiz um monte de perguntas.
Curtir · Responder · 1 · 7 de abril às 15:37
Gabriel Warken Charczuk Caraio, tá uma plagiação caça-níquel sem fim essas merdas de séries.
Rafael Cursino Considero que uma serie como Lucifer deve ser parte de um processo que teve os seus germes anteriores.
Rafael Cursino "Tudo na figura dele é alusivo, e isso em si contradiz qualquer pretensão de substituir o demônio."
Qualquer tentativa de substituir o significado e manter o nome de algo que somente se codifica em símbolos na consciência, por meio do discurso humano, será feito alusivamente e por figuras de linguagem tentando utilizar a elasticidade do simbolo ou mesmo destruindo a sua lógica interna - quem disse que isso importa quando a questão é meramente estatística e se tem o poder da mídia enquanto aqueles que teriam a capacidade de identificar o fenômeno praticamente serão mijados como toxinas.
Qualquer tentativa de substituir o significado e manter o nome de algo que somente se codifica em símbolos na consciência, por meio do discurso humano, será feito alusivamente e por figuras de linguagem tentando utilizar a elasticidade do simbolo ou mesmo destruindo a sua lógica interna - quem disse que isso importa quando a questão é meramente estatística e se tem o poder da mídia enquanto aqueles que teriam a capacidade de identificar o fenômeno praticamente serão mijados como toxinas.
Rafael Falcón Toda
alusão depende de um objeto anterior a si mesma, sem o qual ela não
pode ser entendida. Portanto, a forma mesma de alusão destrói qualquer
efeito substitutivo, de vez que ela aponta para fora de si mesma,
reconhecendo-se como simples acessório de um símbolo anterior. Isso é
ELEMENTAR.
Curtir · Responder · 8 · 7 de abril às 17:11
Rafael Falcón As
tentativas de deformar o significado original do símbolo não podem ser
meramente alusivas: elas devem retomar o símbolo ENQUANTO TAL. Lúcifer,
assim, deveria ser o próprio demônio, cuja história seria reinterpretada
como a de um injustiçado, etc. Isso é bastante frequente. Mas aludir a
Lúcifer no seu sentido de maldade pura para caracterizar um personagem
ruim só reforça o sentido original.
Curtir · Responder · 5 · 7 de abril às 17:17
Rafael Cursino quanto
ao que disse sobre alusão: concordo. Mas o que isso impede no final?
Sabemos que existem várias coisas que não procedem e continuam
influenciando o mundo humano. será que as pessoas percebem o gato apenas
como alusão? - acho que tudo o que você ...Ver mais
Curtir · Responder · 1 · 7 de abril às 17:30
Rafael Falcón O
que você está dizendo é que o "efeito subconsciente" pode ser maligno,
muito embora a forma esteja toda consistente. É mais ou menos como se Os
Lusíadas estivessem lá, fossem uma grande obra de arte, mas pelo fato
de dizerem muitas vezes a palavra "arma"
eles pudessem incitar a violência. Toda obra que, por sua forma, exige
de você uma atenção consciente elimina a possibilidade de um efeito
subconsciente contraditório.
Curtir · Responder · 6 · 7 de abril às 17:42
Rafael Falcón Incitar a violência DESREGRADA. Porque que Os Lusíadas valorizam um tipo de violência, é bastante evidente.
Curtir · Responder · 4 · 7 de abril às 17:44
Rafael Cursino Absolutamente
não. É mais a coisa do Lúcifer não ser tão mal assim. Lúcifer não é um
objeto como a arma. Acho que essa sua comparação foi impropria e serviu
como espantalho.
Curtir · Responder · 1 · 7 de abril às 17:46
Rafael Falcón A
comparação não é imprópria. A distinção entre nome comum e nome próprio
não é relevante nesse caso, porque ambos podem ter efeitos
subconscientes, e o que está sendo considerado é que o efeito
subconsciente não independe da forma.
Curtir · Responder · 4 · 7 de abril às 18:04
Rafael Falcón Em
outras palavras, a não ser que você seja um analfabeto ou esteja em
transe, as palavras não possuem em você um efeito independentemente da
frase em que são empregadas, etc.
Curtir · Responder · 5 · 7 de abril às 18:05
Rafael Cursino Eu não subestimaria o analfabetismo e nem o transe.
O demônio tem a capacidade de iniciar movimento e a arma não. Você pode compará-los como objeto apenas no discurso - mesmo que se fale por ai que a culpa das mortes sejam das armas.
Nos níveis mais retardados a bíblia é machista e as obras do Monteiro Lobato são uma ode a pedofilia enquanto por traz os mesmos tentam normalizá-la.
O que eu estou colocando como problema foi a ideia de que Lúcifer não era de todo mal e a sua metonímia na pele de um gatinho. Pois constato que existe um movimento voluntario na cultura ocidental de passar o reboco no tinhoso.
Também já admiti que não sei como isso ocorre. Para mim isso é um problema e falta muita coisa para chegar perto do estado da questão. Só acho que as pessoas estão sendo muito imprudentes e impulsionadas por nostalgia.
O demônio tem a capacidade de iniciar movimento e a arma não. Você pode compará-los como objeto apenas no discurso - mesmo que se fale por ai que a culpa das mortes sejam das armas.
Nos níveis mais retardados a bíblia é machista e as obras do Monteiro Lobato são uma ode a pedofilia enquanto por traz os mesmos tentam normalizá-la.
O que eu estou colocando como problema foi a ideia de que Lúcifer não era de todo mal e a sua metonímia na pele de um gatinho. Pois constato que existe um movimento voluntario na cultura ocidental de passar o reboco no tinhoso.
Também já admiti que não sei como isso ocorre. Para mim isso é um problema e falta muita coisa para chegar perto do estado da questão. Só acho que as pessoas estão sendo muito imprudentes e impulsionadas por nostalgia.
Rafael Falcón Você
está desviando de um assunto para o outro. O efeito particular de uma
obra pode ser discutido sem que se saiba se ela se inscreve num
movimento maior ou não. O seu raciocínio sobre demônios e armas não tem
absolutamente NADA a ver com o que eu estava dizendo. Por favor, não
responda enquanto não tiver ao menos entendido o que escrevi mais atrás.
Curtir · Responder · 2 · 7 de abril às 18:47
Rafael Cursino O
meu raciocínio coloca o demônio e a arma em categorias diferentes
enquanto você faz uma comparação amparada na capacidade de ambos serem
objetos do discurso humano. Tudo é tudo e não a linguagem é tudo ou
qualquer coisa é tudo - não adianta tentar reduzir a questão ao que mais
te convém no momento. Acho que não está apto a julgar isso.
Rafael Falcón Você
está muito confuso, e continua não entendendo o que eu disse sobre
forma e efeito subconsciente. A discussão foi válida até alguns
comentários atrás, mas eu a estou encerrando aqui.
Curtir · Responder · 1 · 7 de abril às 20:10
Rafael Cursino Não
acho que exista subconsciente, mas razão efetiva e refletida. Aquilo
que interessa nesse processo de deformação cultural são as impressões
subjetivas e sugestões acatadas das vastas massas de consumidores, cada
um em algum nível de desenvolvimento da autoconsciência.
Edson Araujo Realmente, a discussão foi válida.
João Pedro Souza Matos Na
mitologia romana Lúcifer é uma divindade benéfica, esse termo não
aparece na bíblia grega e hebraica, não entendo porque demonizam esse
nome.
Curtir · Responder · 1 · 7 de abril às 15:34
Taiguara Fernandes de Sousa São
Paulo apresenta Satanás como "aquele que se disfarça em anjo de luz", e
Nosso Senhor diz que " viu Satanás cair do céu como um raio". Lúcifer,
do latim, "aquele que faz a luz", ou "se faz em luz. O Professor me
corrija, pois estou atrasadíssimo na aulas. Hehe
Curtir · Responder · 5 · 7 de abril às 15:39
João Pedro Souza Matos No Apocalipse 22:16 o termo estrela da manhã também é usado para referir-se a Jesus...
Curtir · Responder · 3 · 7 de abril às 15:43 · Editado
Rafael Falcón Lúcifer
é a estrela da manhã, e acabou se tornando o nome mais comum para
designar o demônio, por causa de uma metáfora bíblica que o compara a
essa estrela (ele era o mais brilhante dos anjos, etc.). Mas às vezes
esse nome é usado até para Jesus.
Curtir · Responder · 10 · 7 de abril às 15:41
Taiguara Fernandes de Sousa Mas
Jesus é o anjo de luz, Satanás, segundo S. Paulo, é aquele que se
DISFARÇA em anjo de luz. "E não é maravilha, porque o próprio Satanás se
transfigura em anjo de luz" (II Cor 11,14)
Curtir · Responder · 1 · 7 de abril às 15:44
Johnny Rottava Lúcifer
é derivação em latim de Lucem ferre, i.e., "aquele que traz a luz". No
Apocalipse Jesus é descrito como o Lúcifer, aquele que traz a Luz.
Curtir · Responder · 1 · 7 de abril às 15:44
Rafael Falcón Satanás
efetivamente ERA a estrela da manhã, porque, em sua perfeição, era o
primeiro a anunciar a glória de Deus (o Sol, que surge depois dessa
estrela). O nome Lúcifer evoca essa sua glória passada, e provavelmente é
bastante ofensivo para ele.
Curtir · Responder · 9 · 7 de abril às 15:46
Taiguara Fernandes de Sousa A
ponto de, segundo a tradição, a cadeira de Satanás ter sido ocupada nos
Céus por aquele que louvou as glórias do Irmão Sol: São Francisco de
Assis.
Curtir · Responder · 5 · 7 de abril às 15:48
Felipe De Bragança Alves Estrela
da manhã também é um dos epítetos de Nossa Senhora. Pela mesmíssima
razão, acredito eu, do que o exposto acima pelo Rafael. É das estrelas a
mais luminosa (criatura mais perfeita) e também seu aparecimento é
prenúncio do Sol (a encarnação do Verbo).
Gosto muito dos desenhos da Disney, e um dos meus favoritos é o
Corcunda de Notre Dame (que não tem quase nada a ver com o romance de
Victor Hugo). O Corcunda da Disney é um exemplo de personagem que
abandona a quarta camada da personalidade -- só que vai direto para a
sétima. Ele começa a história se apaixonando pela cigana, e nutrindo
esperanças de ser correspondido. No meio do filme, ele percebe que
ninguém vai se apaixonar por ele, já que é feio pra burro. E no final,
ele é um herói amado pela cidade de Paris inteira -- mas ainda sem
namorada, porque ele é feio pra burro, mesmo. Que desenho hoje em dia
tem coragem de mandar uma real dessas para as crianças?
Vinícius Moreira Professor Rafael Falcón: Como vc avalia que o Corcunda foi justamente para a camada 7?
Cumpre notar que, na imaginação infantil, a feiúra é um SÍMBOLO. Não significa apenas que o sujeito é fisicamente horrível, mas pode simbolizar todas as qualidades repulsivas do homem. A Disney costumava compreender isso, ao menos até a década de 90, em que a qualidade deles decaiu miseravelmente para nunca mais voltar.
Leonardo Augusto Acredito que após os estúdios que faziam as animações em 2D fecharam e foram substituídos pelos desenhos em 3D, que as animações da Disney abandonaram a mensagem simbólica pela social.
Samuel Coelho Minha namorada e eu comentávamos isso há uns dias. Nos antigos desenhos da Disney, os bons são sempre bonitinhos e alegres; os maus, de ar desagradável e antipático. Disse a ela que isso serve para facilitar o entendimento da criança, que difere bem o belo e o feio, associando-lhes respectivamente ao bom e ao mau.
Por uma feliz coincidência, tive que ensinar inglês para crianças e assisti novamente a todos os meus desenhos favoritos, só que na língua original. Encontrei várias belezas que antes eram imperceptíveis para mim, e passei a admirar o cuidado e o amor da antiga equipe da Disney. Acho que isso não bate muito com a imagem de "paladino da alta cultura" que uns e outros fazem de mim, mas eles certamente dirão que estou apenas me contradizendo.
Desenhos animados são, no máximo, entretenimento saudável, e jamais deveriam ser matéria de estudo. Mas de repente, se você está começando, pode ser uma boa tentar entender frases de desenhos, ou até de livros infantis, no seu contexto. É um exercício, e aproveita suas horas de lazer com as crianças.
Vinícius Moreira Professor Rafael Falcón: Como vc avalia que o Corcunda foi justamente para a camada 7?
Curtir · Responder · 4 · 6 de abril às 21:56
Rafael Falcón Ele
termina o desenho com a maturidade de um herói. Isto é, desenvolve
noção de dever social, para além dos problemas pessoais dele.
Cumpre notar que, na imaginação infantil, a feiúra é um SÍMBOLO. Não significa apenas que o sujeito é fisicamente horrível, mas pode simbolizar todas as qualidades repulsivas do homem. A Disney costumava compreender isso, ao menos até a década de 90, em que a qualidade deles decaiu miseravelmente para nunca mais voltar.
Leonardo Augusto Acredito que após os estúdios que faziam as animações em 2D fecharam e foram substituídos pelos desenhos em 3D, que as animações da Disney abandonaram a mensagem simbólica pela social.
Curtir · Responder · 2 · 6 de abril às 21:55
Rafael Falcón Vem de antes. Desisti da Disney já na época de Lilo e Stitch, em que a sensibilidade deles decaiu para a psicologia de botequim.
Samuel Coelho Minha namorada e eu comentávamos isso há uns dias. Nos antigos desenhos da Disney, os bons são sempre bonitinhos e alegres; os maus, de ar desagradável e antipático. Disse a ela que isso serve para facilitar o entendimento da criança, que difere bem o belo e o feio, associando-lhes respectivamente ao bom e ao mau.
Curtir · Responder · 18 · 6 de abril às 22:02
Rafael Falcón Nos
desenhos antigos, o papel do humor era muito menor -- hoje parecem
colagens de piadas incoesas; as músicas tinham harmonia e ritmo, além de
sentido e, não raro, tentativas admiráveis de poesia; enfim, a lista
não acaba. Mas o central é a sensibilidade para a imaginação infantil,
que foi totalmente perdida.
James Ashort Quais outros desenhos da Disney o senhor recomenda?
Rafael Falcón Os tradicionais são todos bons. Branca de Neve e a Bela Adormecida talvez sejam os melhores.
Curtir · Responder · 6 · 6 de abril às 22:28
Vinícius Moreira Professor Rafael Falcón,
e aquele papo de mensagem subliminar? Talvez puxar este assunto pareça
um ponto fora da curva, mas tenho receio de mostrar alguns desses
desenhos Disney para a minha filha por conta disso aí.
Rafael Falcón Já
vi todas as supostas mensagens subliminares, e pra mim não passam de
zoeira dos animadores, que as crianças jamais percebem e não possuem
qualquer efeito psicológico.
Curtir · Responder · 11 · 6 de abril às 22:32
Vinícius Moreira Rafael Falcón Opa, brigadão. Confesso que fiquei meio paranóico com essa história. Sinto-me aliviado com seu parecer.
Rafael Falcón Tem
outra coisa: nas versões mais recentes dos desenhos, pelo menos, você
não acha mais nada daquilo. Não sei se eles tiraram ou se nunca esteve
lá.
Por uma feliz coincidência, tive que ensinar inglês para crianças e assisti novamente a todos os meus desenhos favoritos, só que na língua original. Encontrei várias belezas que antes eram imperceptíveis para mim, e passei a admirar o cuidado e o amor da antiga equipe da Disney. Acho que isso não bate muito com a imagem de "paladino da alta cultura" que uns e outros fazem de mim, mas eles certamente dirão que estou apenas me contradizendo.
Desenhos animados são, no máximo, entretenimento saudável, e jamais deveriam ser matéria de estudo. Mas de repente, se você está começando, pode ser uma boa tentar entender frases de desenhos, ou até de livros infantis, no seu contexto. É um exercício, e aproveita suas horas de lazer com as crianças.
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