Espontâneo ou alimentado por interesses políticos e corporativos, o
anti-olavism é um fenômeno de psicose coletiva “sui generis” e do mais
alto interesse sociológico, pois em todo o mundo só se vêem idênticas
ondas de fofocas e fantasias difamatórias voltadas contra políticos,
especialmente em épocas de eleição. Contra um simples escritor, só no
Brasil. Esse pessoal me trata como se eu fosse o Barack Obama, o Donald
Trump, a Sarah Palin, a Marine Le Pen ou o Jair Bolsonaro. E
não adianta avisar que não sou candidato a coisa nenhuma, Mais ainda:
pela variedade dos pretextos ideológicos que inspiram essa gritaria
histérica, é óbvio que a periculosidade que ela me imputa não é
propriamente de cunho político, mas psico-social: minha presença não
ameaça este ou aquele partido, mas uma vasta coletividade de
pretendentes frustrados ao estatuto de “intelectuais”. Se o
anti-olavismo não tem similares no mundo, é porque também não os tem o
fenômeno de devastação cultural e inépcia mental coletiva do qual ele é
efeito e sintoma. Um indiano muito culto e viajado, que conheci anos
atrás, dizia que em parte alguma tinha visto um número tão grande de
pseudo-intelectuais como no Brasil. Isso foi três décadas atrás. Nesse
ínterim, os últimos intelectuais genuínos morreram e os
pseudo-intelectuais se tornaram a norma e padrão. Ora, todo
pseudo-intelectual vive uma existência farsesca infectada, na base, de
insegurança e medo. É aí que devem ser buscadas as raízes do
anti-olavismo — um fenômeno que, embora tendo a minha pessoa como foco,
encaro com o mesmo interesse científico que consagro a qualquer outro
O de C
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