domingo, 13 de março de 2016

Espontâneo ou alimentado por interesses políticos e corporativos, o anti-olavism é um fenômeno de psicose coletiva “sui generis” e do mais alto interesse sociológico, pois em todo o mundo só se vêem idênticas ondas de fofocas e fantasias difamatórias voltadas contra políticos, especialmente em épocas de eleição. Contra um simples escritor, só no Brasil. Esse pessoal me trata como se eu fosse o Barack Obama, o Donald Trump, a Sarah Palin, a Marine Le Pen ou o Jair Bolsonaro. E não adianta avisar que não sou candidato a coisa nenhuma, Mais ainda: pela variedade dos pretextos ideológicos que inspiram essa gritaria histérica, é óbvio que a periculosidade que ela me imputa não é propriamente de cunho político, mas psico-social: minha presença não ameaça este ou aquele partido, mas uma vasta coletividade de pretendentes frustrados ao estatuto de “intelectuais”. Se o anti-olavismo não tem similares no mundo, é porque também não os tem o fenômeno de devastação cultural e inépcia mental coletiva do qual ele é efeito e sintoma. Um indiano muito culto e viajado, que conheci anos atrás, dizia que em parte alguma tinha visto um número tão grande de pseudo-intelectuais como no Brasil. Isso foi três décadas atrás. Nesse ínterim, os últimos intelectuais genuínos morreram e os pseudo-intelectuais se tornaram a norma e padrão. Ora, todo pseudo-intelectual vive uma existência farsesca infectada, na base, de insegurança e medo. É aí que devem ser buscadas as raízes do anti-olavismo — um fenômeno que, embora tendo a minha pessoa como foco, encaro com o mesmo interesse científico que consagro a qualquer outro

O de C

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