Em meio século de profissão jornalística, nunca vi alguém perder o
emprego por ser gay, negro, mulher ou índio. Nem, aliás, por ser
comunista. Dizem que o Carpeaux e o Cony perderam os seus por essa
razão. Conversa mole. Perderam porque o "Correio da Manhã" faliu. O
primeiro logo conseguiu um emprego melhor na imperialista Encyclopedia
Britannica, e o segundo na "Manchete", sob a proteção do reacionaríssimo
Dr. Adolpho Bloch.
No tempo da ditadura, todos os jornais em São Paulo eram dirigidos
por esquerdistas. As únicas exceções eram o "Notícias Populares",
jornalzinho de escândalo inventado e dirigido pelo mítico Jean Mellé, e a
"Folha da Tarde" publicação sem leitores, falida desde o berço, onde,
já no fim do período, os comunistas acabaram cedendo seus lugares a uma
dupla reacionária, Sergio Paulo Freddy e Antonio Aggio Jr., que na época
eu considerava meus inimigos de estimação.
O de C
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