Estou tendo uma das maiores satisfações intelectuais da minha vida.
Como não domino o idioma alemão o suficiente para ler com segurança os
períodos quilométricos de F. W. Schelling, sempre li as obras dele em
traduções, motivo pelo qual nunca me senti à vontade para escrever um
livro sobre ele. Limitei-me a dar, em aulas e conferências, algumas
conclusões que havia obtido dessa leitura. Uma delas era que Schelling
estava mais próximo da metafísica cristã de Sto. Tomás que do idealismo
de Fichte e Hegel. Pois agora estou lendo o livro "Schelling Versus
Hegel", de John Laughland, um dos maiores conhecedores do assunto, e a
tese dele é exatamente essa. O porra do Olavo tem razão.
O que fodeu com a reputação de Schelling foram duas coisas: (1) ele
casou com a mulher divorciada do seu amigo Schegel e isso deu tanto
bafafá que ele teve de se afastar do ensino universitário por um bom
tempo; (2) Ele mudou de idéia muitas vezes e só acertou a mão no seu
curso final sobre Filosofia da Religião, que fez sucesso na estréia mas
aos poucos foi abandonado pelos alunos que não estavam entendendo porra
nenhuma. Acho que a doutrina aí exposta soava muito estranha a quem não
conhecesse muito bem a filosofia escolástica e tivesse sua mente formada
estritamente no idealismo de Kant, Fichte e Hegel.
"Não desprezem o princípio de identidade, pois ele é Deus." ( F. W. Schelling )
"Eu sou o 'Eu Sou'." (Deus)
O de C
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