terça-feira, 29 de março de 2016

Estou tendo uma das maiores satisfações intelectuais da minha vida. Como não domino o idioma alemão o suficiente para ler com segurança os períodos quilométricos de F. W. Schelling, sempre li as obras dele em traduções, motivo pelo qual nunca me senti à vontade para escrever um livro sobre ele. Limitei-me a dar, em aulas e conferências, algumas conclusões que havia obtido dessa leitura. Uma delas era que Schelling estava mais próximo da metafísica cristã de Sto. Tomás que do idealismo de Fichte e Hegel. Pois agora estou lendo o livro "Schelling Versus Hegel", de John Laughland, um dos maiores conhecedores do assunto, e a tese dele é exatamente essa. O porra do Olavo tem razão.

O que fodeu com a reputação de Schelling foram duas coisas: (1) ele casou com a mulher divorciada do seu amigo Schegel e isso deu tanto bafafá que ele teve de se afastar do ensino universitário por um bom tempo; (2) Ele mudou de idéia muitas vezes e só acertou a mão no seu curso final sobre Filosofia da Religião, que fez sucesso na estréia mas aos poucos foi abandonado pelos alunos que não estavam entendendo porra nenhuma. Acho que a doutrina aí exposta soava muito estranha a quem não conhecesse muito bem a filosofia escolástica e tivesse sua mente formada estritamente no idealismo de Kant, Fichte e Hegel.

"Não desprezem o princípio de identidade, pois ele é Deus." ( F. W. Schelling )

"Eu sou o 'Eu Sou'." (Deus)

O de C


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