sábado, 23 de julho de 2016

a nova direita liberal-conservadora brasileira - O de C

Uma idéia que nunca me ocorreu, mas que foi a primeira a brilhar nas cabecinhas dos novos teóricos do liberal-conservadorismo, foi a de me aproveitar de autores que divulguei pioneiramente no Brasil e sair cavando uma verbinha nas fundações com os nomes deles.

Frases imortais:
"The húts of uélf is not óiu."
(Alex Catarranho)

Divulgar autores é, decerto, a parte mais desambiciosa do meu trabalho, e divulgar doutrinários liberal-conservadores uma parte ínfima dessa parte, mas, quando vejo que até essa modesta contribuição é negada por aqueles de dela mais se beneficiaram -- nem sempre intelectualmente, decerto, mas social e economicamente --, não tenho como deixar de voltar a este meu artigo de setembro de 2000, o qual evidencia até que ponto a ignorância desses autores era geral, disseminada e profunda no Brasil dezesseis anos atrás; um estado de coisas que, sem a minha intervenção -- já que nenhuma outra houve na grande mídia --, teria continuado exatamente tal e qual: http://www.olavodecarvalho.org/textos/naosabendo.htm.
De fato, quando uma obra coletiva subscrita por 120 professores universitários dentre os mais conhecidos e badalados do país demonstra TOTAL DESCONHECIMENTO da bibliografia elementar da matéria abordada, não é nenhum exagero concluir, de tamanha amostragem, que essa bibliografia é estranha ao meio social dessas criaturas e de todas aquelas colocadas sob o seu guiamento tanto quanto os cocos e abobrinhas são estranhos ao reino animal.
Se, decorrida quase uma década, aqueles autores e seus livros começaram a ser citados por jovens escritores que naquela época não passavam de estudantes de universidade ou até de ginásio, é ABSOLUTAMENTE INCONCEBÍVEL que esses meninos não tenham devido a mim e somente a mim, direta ou indiretamente, a abertura das suas consciências para possibilidades que até seus professores desconheciam. Qualquer deles que negue isso, jurando que recebeu de outras fontes aquelas indicações de leitura, faria bem em buscar as fontes dessas fontes e -- descontado algum possível boca-a-boca -- acabaria não encontrando, na origem, nada além dos meus livros publicados desde 1993 e das minhas colunas do "Jornal da Tarde", da "Zero Hora", do "Globo" e da "Época".
É verdade que não faltará, entre esses mesmos jovens, quem veja nesta simples reconstituição da cronologia histórica um absurdo de vaidade e presunção, como se a vaidade e a presunção não residissem, antes, no seu esforço de ocultar os fatos sob o brilho do próprio umbigo.
Também é fato que muitos dos livros que pus em circulação no meio nacional não os descobri pessoalmente, mas por indicação de amigos, a qual, mesmo quando formulada em meras conversações pessoais, jamais deixei de reconhecer e mencionar.


Olavo de Carvalho

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