segunda-feira, 18 de julho de 2016

Alain de Botton sobre o amor romântico - opinião de O de C

Alain de Botton repete, sem citá-la, a teoria de Denis de Rougemont sobre a origem romântica das nossas concepções usuais do amor e da paixão, mas extraindo dela a conclusão de que todos os nossos sentimentos são socialmente determinados, são apenas cópias de modas culturais. É muito bonito o filósofo se fazer de superior aos sentimentos comuns da humanidade, mas, no caso, o filósofo parece não ter maturidade suficiente para perceber que (1) as modas culturais não aparecem sozinhas, mas nascem dos sentimentos íntimos de indivíduos criativos, de modo que a ordem causal apontada poderia ser facilmente invertida; (2) em vez de simplesmente moldar desde fora os nossos sentimentos, elas podem despertar a consciência de possibilidades sentimentais latentes, ampliando o horizonte da experiência existencial REAL de multidões de pessoas.
https://www.youtube.com/watch?v=jJ6K_f7oSdg


Eu diria, antes, que a concepção romântica do amor nada mais faz do que transferir à esfera do erotismo, com maior ou menor sucesso -- às vezes com um fracasso retumbante --, o Segundo Mandamento de Nosso Senhor Jesus Cristo. Não por coincidência, uma das suas fontes diretas foi a ética medieval de cavalaria.


Leiam "Le Génie du Christianisme", de Chateaubriand (um dos maiores prosadores românticos), e verão como cristianismo e romantismo estão intimamente ligados.


Mas, é claro, onde aparece o cristianismo vem logo atrás o satanismo. Cf. Byron e Shelley.


Como podem levar a sério um sujeito que vende como suprema novidade o "ateísmo com estética cristã" inventado por Ernest Renan no século XIX?

https://www.youtube.com/watch?v=2Oe6HUgrRlQ


Olavo de Carvalho

Nenhum comentário:

Postar um comentário