segunda-feira, 11 de julho de 2016

sobre apelidos - O de C


Neste país é preciso explicar até piada. Já expliquei que o apelido Leandro Espiritual se deve à simples razão de que tudo o que esse sujeito diz é imaterial. A coincidência inversa do nome com a mentalidade já sugere espontaneamente o apelido. Botar apelidos na base do simples exagero hostil, sem retratar objetivamente algum traço proeminente da pessoa, não é humorismo, é chacota ginasiana. Não me peçam para entrar nesse jogo pueril.
Não inventei esse apelido -- nem aliás qualquer outro -- com intuito agressivo, mas sempre descritivo, onde o som evoca um traço de personalidade. Por exemplo, Fernando Olha-Eu-Dei, porque o cidadão não faz um discurso sem alardear de novo e de novo: "Eu sou gay", como se isto tivesse algo a ver com o assunto. Arruinaldo Azevedo, porque o sujeito se arruina a cada novo artigo. Jean Uiui, porque o distinto só dá gritinhos em vez de se explicar. Dar apelidos é arte poética, não é cagar de raiva.
Outro exemplo: Marcelo Freixco, porque de fato só vem com freixcura -- e com sotaque carioca.
"Rodrigo Cocô Instantâneo", porque você não pode mostrar uma cagada dele sem que imediatamente ele produza outra em resposta.
Infelizmente, até hoje ninguém me deu um apelido que prestasse. É tudo forçado e extemporâneo. Por exemplo "Não Lavo Meu Carvalho". Isso é humor suicida. Só quem quer me dar o bumbum pode reclamar que a minha piroca está suja.



O Bruno Tolentino foi o maior apelidador que este país já produziu. Sou seu humilde discípulo nessa área. "Se-Viu-o-Ânus-Sentiu-Algo" é insuperável.

P. S. O portador desse apelido era autor de um livro intitulado "De Cócoras". Preciso dizer mais?


Outros apelidos tolentínicos célebres: Nélida Piñon : "Não-É-Lida Piñon". Décio Pignatari : "Décio Punhetari". Alexei Bueno: "Dislexei Bueno".
 

Olavo de Carvalho

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