quarta-feira, 13 de julho de 2016

Sobre a picaretagem intelectual - O de C

O traço mais inconfundível do picareta intelectual brasileiro dos nossos dias é sua propensão a manter-se no campo das generalidades edificantes, das exortações morais e dos exemplos imaginários, sem jamais ter de analisar nenhum fato concreto.
O dr. Leandro Espiritual ensina até mesmo você a tornar-se superior aos santos -- é mole? --, mas não reparou ainda que existe propaganda comunista nas escolas.


Sinto ganas de repetir isto TODOS OS DIAS. Para mim, a presença de tipos como Alex Catarranho, Chico Cazzo, Titica Senta Cus e similares na vida intelectual é mais grave do que mil Dilmas na Presidência da República. Sei que parece um exagero, mas isso é literalmente assim.
Mostrem-me UM problema na vida brasileira que não tenha sido criado por algum picareta intelectual, e admitirei que estou errado.



As piadinhas anticristãs dos srs. Leandro Espiritual e Ovni de Barros são as mesmas que eu ouvia dos garotos de ginásio aos quatorze anos de idade. Hoje em dia elas se chamam "filosofia".


Um vulgarizador de conhecimentos banais, histriônico o bastante para atrair uma platéia juvenil, pode ser, no máximo, um bom professor de ginásio. No Brasil, é filósofo.


Nos anos SETENTA do século passado escrevi um estudo, "Imprensa e Cultura", no qual previa que em breve a mídia popular começaria a ditar as normas de julgamento na alta cultura, acabando por destrui-la e substitui-la por alguma tagarelice ginasiana. Hoje, no Brasil, esse fenômeno é um fato consumado. Jornalistas semi-analfabetos criam e desfazem à vontade os prestígios literários, filosóficos e científicos, boicotando trabalhos sérios superiores à sua compreensão e promovendo nulidades que lhes parecem excitantes. A grande mídia é o sustentáculo supremo da picaretagem intelectual. É a maior inimiga da educação, e portanto do povo brasileiro.


Querer consertar a política de um país antes de sanear sua vida intelectual é querer comer merda e cagar flores.


O maior, o mais alto, o supremo esforço intelectual já despendido por um jornalista brasileiro no último meio século foi a tentativa do Ricardo Mussi de ler e entender DOIS livros meus, escolhidos entre os mais simplezinhos e populares. Até hoje a classe jornalística está tentando se recuperar desse exercício extenuante.


Já disse e reafirmo: a classe jornalística inteira, amparada na totalidade dos professores universitários deste país, não está qualificada para fazer um estudo de conjunto sobre a minha obra, nem muito menos, é claro, para julgá-la. Digo isso sem a menor vaidade, usando apenas o senso das proporções e o conhecimento que tenho da canalhada.


O Mário Ferreira dos Santos morreu em 1968 e até hoje sua obra transcende infinitamente a compreensão das nossas classes falantes e arrotantes. Eu, salvo engano, ainda nem morri.


Fabricio Mello Olavo ainda vive,mas está velho pra caralho

Olavo de Carvalho
Olavo de Carvalho Velho para caralho é só depois dos 80.



Tranquem o Leandro Espiritual e o Ovni de Barros num quarto com uma pilha de livros do Mário Ferreira dos Santos. Abram depois de uma década e verão que os dois já estão quase uns homenzinhos.


Quando digo que é preciso sanear a vida intelectual brasileira, isso me traz "ipso facto" a obrigação de limpar a merda ambiente. Se querem que eu só fale de coisas lindas e elevadas, tirem os picaretas intelectuais do espaço público em vez de tolerá-los com uma absurda condescendência paternal.


A coisa mais fácil do mundo é posar de superior a autores que a platéia não leu nem vai ler. Os picaretas intelectuais vivem disso.


Bloqueei um de Carlos Belo, segundo o qual nada ensino, apenas falo mal de "outros profissionais". 320 aulas do COF e dezoito livros publicados, como vocês sabem, foram todos sobre o Ovni de Barros e o Leandro Espiritual.


Um tal de Victor Sales entra aqui para dizer o seguinte: "olavo, vc pode até fazer sucesso entre os seus fãs mas a verdade é que tu não tem qualquer condição de ganhar um debate com qualquer um dos 3" (inclui na lista o Mário Sérgio Cortella).
Pois bem, espertinho: mande os três juntos, mais uma assessoria de 50 professores universitários


Não fiz nenhuma ofensa pessoal aos srs. Leandro Espiritual e Ovni de Barros. Apenas críticas intelectuais justas e irrespondíveis. Os indigninadinhos entram aqui tendo chiliques, mas não desmentem UMA SÓ PALAVRA do que eu disse dos seus ídolos.


É lógico que só parto para a ofensa quando fui ofendido antes, mas desde quando tenho de ser ofendido primeiro para exigir idoneidade intelectual de "formadores de opinião" que não têm nenhuma?


Só passei a prestar atenção aos srs. Leandro Espiritual e Ovni de Barros porque CENTENAS de pessoas me perguntaram a respeito. Do Mário Sergio Cortella, por enquanto, nada sei. Vão me perguntar também, para depois, quando eu responder, me acusar de briguento?


Sem a menor sombra de dúvida, no Brasil as universidades e a grande mídia são organizações criminosas empenhadas em manter o povo na ignorância. Digo isso em sentido literal e sem o menor intuito de hiperbolismo.


É um absurdo escrever críticas aos picaretas literários do dia no tom respeitoso com que caberia fazer críticas a José Guilherme Merquior ou Wilson Martins. Nada falseia mais catastroficamente a situação do que a imitação simiesca de um diálogo civilizado. Picaretas e carreiristas têm de ser expulsos do cenário público a cusparadas e pontapés.
Perguntam que objeções tenho a tipos como Alex Catarranho, Leandro Espiritual, Ovni de Barros, Marco Antonio Vil, Arruinaldo Azevedo, Joel Dinheiro e tutti quanti. Minha única objeção é a que eles digam qualquer coisa em público.
O lugar dessa gente é em casa, bem quietinha.
Divergências? Divergências tive com o Merquior, com o Meira Penna, com o Jacob Gorender, com o Wilson Martins. Divergências tenho com idéias, não com arrotos de vaidade.



Olavo de Carvalho

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