sábado, 23 de julho de 2016

a produção intelectual brasileira é um erro organizado

Às vezes me pedem para escrever uma resenha crítica de algum livro brasileiro recente presumidamente filosófico ou coisa assim, mas no fundo sinto que já escrevi a de todos eles. É o artigo "O erro organizado", que publiquei no Diário do Comércio em 17 de novembro de 2009. Peço que vocês o releiam com a atenção concentrada de quem sabe que o texto comprime, nas dimensões minimalistas do jornalismo, noções que exigiriam vários livros acompanhados das devidas referências documentais. Pois o fato é que, desde a época em que o escrevi, nada tenho lido ou ouvido da parte de intelectuais e formadores de opinião nacionais (com as raras exceções de praxe) que não exemplifique literalmente o fenômeno ali descrito.
http://www.olavodecarvalho.org/semana/091117dc.html


Fernando Vinciprova Dos Reis O Senhor poderia exemplificar erros de imprecisão, de utilização da linguagem de modo inadequado, da falta de correspondência entre palavras e coisas etc.? Dos seus livros, eu tenho Aristóteles em nova perspectiva - iniciei a leitura e estou achando muito interessante -, A Filosofia e seu Inverso e A dialética simbólica. Há algum livro em que o Senhor apresente exemplos dessas deformidades/deficiências? Quando o Senhor escreve que os erros não são aqueles descritos na tradução de Schopenhauer (estratagemas), seria interessante exemplificar esses erros, o abuso da linguagem que ocorre na atualidade.

Olavo de Carvalho
Olavo de Carvalho Praticamente tudo o que se escreve sobre "fascismo" neste país. Especialmente o livro da Marcia Tiburi.
Victor Lisboa Magri Já já te acusam de fazer a mesma coisa, usando do seu texto para fundamentar a tese deles. Sem citar, óbvio.
Olavo de Carvalho
Olavo de Carvalho Não me lembro de algum dia ter sido acusado disso.
 
Sobre o debate no Jornal da Cultura. É curioso. O Leandro Espiritual enxerga traços de Mussolini no estilo cênico do Donald Trump, que é bem diferente desse modelo, e não enxerga NADA de fascismo italiano na legislação trabalhista brasileira, que foi diretamente copiada de Mussolini. É um exemplo vivo daquelas falhas brutais de percepção, daqueles cacoetes mentais deformantes que mencionei no artigo "O erro organizado", os quais acabaram por se tornar obrigatórios no mundinho universitário nacional.
Olavo de Carvalho

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