Às vezes me chegam, com anos de atraso, vídeos de professores
universitários ou cientistas profissionais que prometem demolir o Olavo
de Carvalho mediante a impugnação, não de alguma tese central dos livros
e aulas dele, mas de alguma frase ocasional que ele soltou num programa
de rádio ou similar. Coisas desse tipo são produzidas aos milhares,
desde pontos de vista acidentais e desencontrados. Evidentemente, seria
impossível responder a cada uma, e seus autores deveriam estar
conscientes de que objeções de detalhe, em número inabarcável,
proferidas em desordem, já constituem por si um truque erístico bem
chinfrim. Mas de vez em quando alguma delas me chama atenção por aliar à
presunção de autoridade científica uma quota de estupidez superior à
média. Um rapaz de nome Yuri, que se apresenta como neurocientista, vê
que eu citei um dia o livro do dr. Mario Beauregard, e acha que,
desancando o livro, dá cabo da MINHA reputação. Isso por si já é prova
de analfabetismo funcional. Mas, não contente com esse desempenho, o
rapaz toma o argumento do Dr. Beauregard, de que nossa identidade
pessoal é imaterial, já que as células cerebrais vão sendo trocadas ao
longo do tempo, e responde, com ares triunfais, que é uma falácia,
porque, diz ele, se trocarmos todas as telhas do nosso telhado, ele
ainda será o mesmo, já que conserva seu "padrão" ou forma. Como posso
discutir com um jumento científico que não entende e nem mesmo vislumbra
de longe que, retirados os elementos materiais componentes, O PADRÃO
OU FORMA QUE PERMANECE É IMATERIAL?
O de C
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