sexta-feira, 10 de junho de 2016

ciência à beira do charlatianismo

Talvez o aspecto mais deprimente da cultura moderna seja a velocidade, a facilidade, a desenvoltura ingênua ou cínica com que meras precauções críticas se transfiguram em afirmativas dogmáticas sobre a realidade. Começamos dizendo que nossa ciência não tem meios de averiguar nada fora do mundo físico e, de repente, essa modesta precaução metodológica se transforma na afirmação peremptória de que NADA EXISTE fora do mundo físico. Começamos dizendo que a genética não tem meios de distinguir muito claramente um chimpanzé de um bebê de três meses e logo em seguida passamos a jurar que os dois são iguais. Começamos dizendo que não conhecemos a relação exata entre sexo biológico e identidade sexual subjetiva, e terminamos dizendo que esta é mais real do que aquele. Começamos admitindo que na comparação entre culturas não devemos admitir "a priori" a superioridade de umas sobre outras, e cinco minutos depois já estamos afirmando categoricamente que não há culturas superiores e inferiores. E assim por diante. Em todos esses casos, a mágica que transmuta a precaução crítica em juízo de realidade é o puro "argumentum ad ignorantiam": negar a existência daquilo que não se conhece, ou pior ainda, daquilo que de antemão foi colocado fora da área de estudos. Não estudamos tal ou qual coisa, portanto ela não existe. Graças a essa mágica, está ficando cada vez mais difícil distinguir entre ciência e charlatanismo.

Se Max Weber soubesse que um dia a sua querida "neutralidade axiológica" (Abstinência de juízos de valor) serviria de pretexto ao cambalache gayzista-abortista-feminista-indigenista-africanista, ele desistiria da carreira científica e montaria uma honesta barraquinha de cachorros-quentes.

O de C

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