quarta-feira, 8 de junho de 2016

Pondé sobre Olavo; filosofia e religião

O prof. Pondé foi muito correto e decente no que disse de mim, pelo que muito lhe agradeço. Ele também foi exato ao assinalar que nossas diferenças nascem sobretudo da influência de Nietzsche e do pensamento niilista em geral, que é muito forte no espírito dele e nula no meu.
https://www.youtube.com/watch?v=E8kLR4QMDH0

By the way, conheço muito pouco o pensamento do prof. Pondé, cujos livros (todos) recebi uns dias atrás e já desapareceram na barafunda da minha mudança de casa, de modo que ainda não tive a oportunidade de lê-los.

Ainda a propósito do vídeo do prof. Pondé. Não creio que, para o filósofo, seguir ou não seguir uma religião determinada deva fazer alguma diferença. Se esse filósofo raciocina COM BASE na revelação e na doutrina, obtendo delas os critérios para a solução dos problemas em que toca, não faz filosofia e sim teologia ou às vezes apologética, como é o caso da obra inteira de Gustavo Corção. Eu seria o último a depreciá-lo por isso, é claro, mas não posso puxá-lo para fora das fronteiras cognitivas em que ele mesmo se encerrou voluntariamente. O filósofo tem de examinar os problemas filosoficamente, o que é o mesmo que dizer: seguir as sete etapas do MÉTODO FILOSÓFICO tal como o descrevi no curso que leva esse nome e no livro "A Filosofia e Seu Inverso"; método que é totalmente alheio a qualquer propósito teológico ou apologético ou a qualquer compromisso com uma doutrina religiosa estabelecida. Por outro lado, o filósofo, se é cristão, não pode fazer de conta que ignora os dados da EXPERIÊNCIA obtida no curso da sua prática religiosa ou documentada na biografia espiritual alheia. Isso equivaleria simplesmente a falsificar a realidade. Por exemplo, posso atestar que, entre os fiéis católicos que recebem regularmente a Eucaristia, alguns -- aqueles que o pedem com a devida insistência -- recebem antecipadamente a visão muito clara da FORMA da sua alma redimida, e essa visão os guiará nas suas escolhas de vida de maneira muito mais precisa (embora ainda falível) do que todas as regras morais aprendidas. Isso é um dado de experiência, que aparece muito nitidamente nas obras de Georges Bernanos, para citar só um ao acaso. Um dia conversarei sobre isso com o prof. Pondé, mas só quando acabar de ler os livros dele.

É evidente que o Prof. Pondé não tem uma visão abrangente da minha obra, mas com relação à parte que ele abordou, ele foi gentil e honesto.


O de C

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