O prof. Pondé foi muito correto e decente no que disse de mim, pelo
que muito lhe agradeço. Ele também foi exato ao assinalar que nossas
diferenças nascem sobretudo da influência de Nietzsche e do pensamento
niilista em geral, que é muito forte no espírito dele e nula no meu.
https://www.youtube.com/watch?v=E8kLR4QMDH0
By the way, conheço muito pouco o pensamento do prof. Pondé, cujos
livros (todos) recebi uns dias atrás e já desapareceram na barafunda da
minha mudança de casa, de modo que ainda não tive a oportunidade de
lê-los.
Ainda a propósito do vídeo do prof. Pondé. Não creio que, para o
filósofo, seguir ou não seguir uma religião determinada deva fazer
alguma diferença. Se esse filósofo raciocina COM BASE na revelação e na
doutrina, obtendo delas os critérios para a solução dos problemas em que
toca, não faz filosofia e sim teologia ou às vezes apologética, como é o
caso da obra inteira de Gustavo Corção. Eu seria o último a depreciá-lo
por isso, é claro, mas não posso puxá-lo para fora das fronteiras
cognitivas em que ele mesmo se encerrou voluntariamente. O filósofo tem
de examinar os problemas filosoficamente, o que é o mesmo que dizer:
seguir as sete etapas do MÉTODO FILOSÓFICO tal como o descrevi no curso
que leva esse nome e no livro "A Filosofia e Seu Inverso"; método que é
totalmente alheio a qualquer propósito teológico ou apologético ou a
qualquer compromisso com uma doutrina religiosa estabelecida. Por outro
lado, o filósofo, se é cristão, não pode fazer de conta que ignora os
dados da EXPERIÊNCIA obtida no curso da sua prática religiosa ou
documentada na biografia espiritual alheia. Isso equivaleria
simplesmente a falsificar a realidade. Por exemplo, posso atestar que,
entre os fiéis católicos que recebem regularmente a Eucaristia, alguns
-- aqueles que o pedem com a devida insistência -- recebem
antecipadamente a visão muito clara da FORMA da sua alma redimida, e
essa visão os guiará nas suas escolhas de vida de maneira muito mais
precisa (embora ainda falível) do que todas as regras morais aprendidas.
Isso é um dado de experiência, que aparece muito nitidamente nas obras
de Georges Bernanos, para citar só um ao acaso. Um dia conversarei sobre
isso com o prof. Pondé, mas só quando acabar de ler os livros dele.
É evidente que o Prof. Pondé não tem uma visão abrangente da minha
obra, mas com relação à parte que ele abordou, ele foi gentil e honesto.
O de C
Nenhum comentário:
Postar um comentário