terça-feira, 17 de maio de 2016

Guerra Civil Americana

Notinha histórica. Foi só depois da inesperada e traumática humilhação sofrida pelas tropas da União na batalha de Antietam (setembro de 1862) que Abraham Lincoln teve a idéia de associar a causa nortista à libertação dos escravos. Foi puro oportunismo de alguém que até então não ligava a mínima para a sorte dos negros (ao passo que os Estados do Sul já vinham trabalhando no projeto abolicionista). O que ele quis foi apenas criar divisão no Sul, tanto que, ao abolir a escravidão naquela área, deixou que ela continuasse intacta no Norte.

O general Robert E. Lee, comandante militar do Sul, jamais aceitou ter escravos, e o presidente da Confederação, Jefferson Davis, tinha até um filho adotivo preto. A superioridade moral do Sul era tão humilhante para os do Norte, que estes até hoje se vingam dela chamando os sulistas de racistas. O Norte só tinha duas coisas: um plano político mais realista e muito dinheiro.

Na Guerra Civil americana, os dois lados tinham razão. A liberdade dos Estados, como a defendiam os sulistas, é essencial para a democracia, mas o esfacelamento da União teria impedido que os EUA se tornassem uma grande potência mundial. Jefferson Davis, o presidente da Confederação, foi um homem bom, mas iludido pelo formalismo legal. Lincoln nunca foi bom (ao contrário do que reza a lenda), mas anteviu o futuro corretamente.



O de C

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