Notinha histórica. Foi só depois da inesperada e traumática
humilhação sofrida pelas tropas da União na batalha de Antietam
(setembro de 1862) que Abraham Lincoln teve a idéia de associar a causa
nortista à libertação dos escravos. Foi puro oportunismo de alguém que
até então não ligava a mínima para a sorte dos negros (ao passo que os
Estados do Sul já vinham trabalhando no projeto abolicionista). O que
ele quis foi apenas criar divisão no Sul, tanto que, ao abolir a
escravidão naquela área, deixou que ela continuasse intacta no Norte.
O general Robert E. Lee, comandante militar do Sul, jamais aceitou
ter escravos, e o presidente da Confederação, Jefferson Davis, tinha até
um filho adotivo preto. A superioridade moral do Sul era tão humilhante
para os do Norte, que estes até hoje se vingam dela chamando os
sulistas de racistas. O Norte só tinha duas coisas: um plano político
mais realista e muito dinheiro.
Na Guerra Civil americana, os dois lados tinham razão. A liberdade
dos Estados, como a defendiam os sulistas, é essencial para a
democracia, mas o esfacelamento da União teria impedido que os EUA se
tornassem uma grande potência mundial. Jefferson Davis, o presidente da
Confederação, foi um homem bom, mas iludido pelo formalismo legal.
Lincoln nunca foi bom (ao contrário do que reza a lenda), mas anteviu o
futuro corretamente.
O de C
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