Separado do desmantelamento das organizações comunistas, o impeachment se reduz a um fetiche, a uma fantasia de punheteiro.
Como convencer os fetichistas de que o problema não é a Dilma e sim a hegemonia?
Os melhores líderes do movimento pró-impeachment sabiam disso desde o
começo. O ingresso de Bicudos e Reales na área só serviu para
fortalecer a hegemonia em troca da remoção da Dilma, uma migalha jogada
aos cãezinhos. O episódio do Ministério da Cultura mostrou, acima de
qualquer possibilidade de dúvida, QUEM MANDA NESTE PAÍS.
Não tenho um pingo de má-vontade para com o presidente Temer, mas
sei que, se ele cumprir sua promessa ao Lula, de que no seu governo não
haverá caça às bruxas, as bruxas é que vão nos caçar.
A Nova República sempre foi um simulacro de normalidade construído
para camuflar a dominação hegemônica. Os que exaltam as "nossas
instituições democráticas" são vendedores de entorpecentes políticos.
Eis aqui a prova de que o impeachment, amputado de todo combate
anticomunista, foi criado para defender a classe política apenas. Não o
Brasil. Kims Katakokinhos e Janaínas Paschoais jamais compreenderão a
quem serviram. Mas o Reinaldo Azevedo compreende -- e gosta,
http://oglobo.globo.com/brasil/leia-trechos-dos-dialogos-entre-romero-juca-sergio-machado-divulgados-pela-folha-de-paulo-19357858
Demitir o Romero Jucá é só varrer a sujeira para baixo do tapete. O
escândalo não é a presença dele no ministério. É a trama toda que ele
planejou com o tal Machado, a qual foi realizada, continua em vigor e
não será abolida pela demissão do ministro.
A conversa do Jucá com o Machado expressa A ESSÊNCIA do impeachment tal como foi conduzido e a essência do governo Temer.
Quem quer que confunda "via democrática" com "meios institucionais" é um CHARLATÃO, UM TRAIDOR, UM CÚMPLICE DA TRAMÓIA JUCÁ.
Só a vontade expressa do povo é democrática -- por vias institucionais ou fora delas.
Quanto de esforço mental certos fulanos ainda precisarão fazer para
entender que o projeto Jucá FOI realizado, que nisso consistiu o
impeachment e nisso consiste, ao menos em parte, o governo Temer?
O projeto Jucá foi realizado integralmente, e seu autor foi premiado
com um ministério por ter salvado a classe política e ajudado a
possibilitar o "governo de conciliação nacional" desejado pelo sr.
Temer. A lógica interna dos fatos é implacável. Especulações e
avaliações são perda de tempo.
Há PERFEITA IDENTIDADE entre o projeto Jucá e o ideal proclamado pelo
Temer desde o primeiro dia de governo. "Conciliação nacional" é o mesmo
que "estancar o sangramento". Sangramento de quem? Da classe política.
Parem de especular intenções ocultas e atenham-se aos fatos evidentes.
Desde março de 2015 comecei a dizer que a explosão de ira popular,
malgrado todo o seu belo entusiasmo patriótico, era UMA EJACULAÇÃO
PRECOCE. Por que? Porque não havia líderes capazes de dirigi-la no
sentido a que ela aspirava, que era o da destruição do estamento
burocrático e instauração de uma democracia genuína. Os líderes que
apareceram foram em parte criados pela mídia, em parte pela classe
política, isto é, pelo próprio estamento burocrático, como fantoches a
seu serviço. Foi assim que a tremenda energia das massas foi desviada
para obter como único resultado, no fim, a remoção de um símbolo inócuo
em troca da salvação da classe política -- a realização do projeto Jucá e
a instauração do "governo de conciliação nacional". Bella robba!
O Iranlei Toscano disse tudo: Trocamos uma grandiosa revolução democrática por uma bisnaga de xilocaína.
Só um cretino presunçoso afirma que o povo brasileiro foi às ruas
"sem saber o que queria". TODAS as pesquisas sobre confiabilidade de
instituições e pessoas mostram que ele sabia PERFEITAMENTE O QUE QUERIA.
Só não sabia traduzi-lo num discurso propagandístico unificado, o que
seria, de fato, exigir demais. Então, O ÚNICO discurso que lhe
ofereceram foi o do puro impeachment, desligado de tudo o mais. Ele se
apegou a esse discurso, achando que era a condensação das suas
aspirações. So simple as that.
O de C
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