terça-feira, 17 de maio de 2016

Todas as mudanças culturais que aconteceram no Brasil nos últimos anos, com as conseqüências políticas que as acompanharam, foram o resultado, em parte direto,em parte indireto, de um PLANO que comecei a aplicar a partir de meados dos anos 80, baseado no conhecimento dos processos de difusão longamente estudados em História das Idéias. Os "formadores de opinião", jornalísticos e universitários, desconhecem esses processos e jamais tiveram sequer a curiosidade de estudá-los. São idiotas o bastante para imaginar que tudo o que ocorre na sociedade vem de cima, por meio de propaganda e marquetagem. Por outro lado, é certo que o tipo de difusão que eu tinha em vista operava por círculos concêntricos, da parte mais ativa intelectualmente para as mais longínquas e inativas, não dependendo em nada de financiamentos bilionários. Pela mesma razão, o processo não era controlável , apenas orientável sutilmente, desde um centro difusor que, permanecia discreto o bastante para não ser reconhecido pelo público mais periférico (que incluia, de maneira quase irônica, os "formadores de opinião"). A coisa foi tão complexa e demorada que, quando surtiu seus primeiros efeitos políticos (muito mais caóticos do que eu desejaria, é claro), não foi de espantar que alguns doidinhos, macaqueadores passivos de sugestões que nem sabiam de onde vinham, tivessem chegado a acreditar que eles próprios haviam produzido tudo do dia para a noite, com uns hangouts e uns gritinhos dados de cima de um palanque, O rabo sente orgulho de abanar o cachorro.

Não faço questão nenhuma de que reconheçam o papel central que desempenhei nessa coisa toda. Ao contrário. Se muitos conhecessem a fonte, já a teriam tampado faz tempo.

Vocês já me viram reivindicar algum cargo público? Algum patrocínio ministerial? Um lugarzinho em alguma academia? Um emprego na TV? Um título de dotô como esses que o Lula recebeu às pencas? Afagos de algum potentado? Uma notinha, miúda que fosse, em favor dos meus livros na mídia chique?
Se não pedi nada disso, como pode haver tanta gente perversa dizendo que busco a minha própria autoglorificação? Que porra de autoglorificação é essa, que não se traduz em nenhum tipo de prêmios concebíveis ou imagináveis?
Tudo o que eu queria era que as coisas acontecessem mais ou menos como eu tinha planejado, e elas aconteceram. Nunca perguntei o que ia ganhar ou perder com isso.
Tudo o que pedi foi que comprassem meus livros e assistissem aos meus cursos. Pedi, obtive e estou pago, Pago e satisfeito. Nada mais tenho a reivindicar.
Ter sido, nesse ínterim, o brasileiro mais difamado, caluniado, achincalhado e boicotado de todos os tempos (com as possíveis exceções do Cabo Anselmo e do deputado Bolsonaro) não foi muito agradável, mas, no fim das contas, como dizia Aristóteles, a palavra "cão" não morde. Nada que um bom "Foda-se" não resolvesse por completo.


Nem sequer cheguei a pedir que alguma aluna gostosinha me desse...

Certa vez um amigo meu, voltando de uma confraternização de ex-alunos do nosso colégio, me disse: "Da nossa geração, o único que acredita no que está fazendo é você."
Sim, amo loucamente o que faço, encontro nas minhas especulações, análises e planos maquiavélicos um prazer indescritível, e estou gratíssimo aos que, comprando os meus livros e freqüentando os meus cursos, me deram a oportunidade de fazer o que queria, fazer do meu trabalho a minha vida e da minha vida o meu traballho. Não tenho MESMO nada mais a solicitar, exceto que Nosso Senhor me olhe com benevolência no Juízo Final, coisa que eu SEI que Ele vai fazer.

O de C

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