Quem sente que precisa discordar de mim em algum ponto só para não
dar a impressão de que vê em mim um guru infalível padece de "ignoratio
elenchi" no mais alto grau. Nunca escrevi uma linha sobre a minha
falibilidade ou infalibilidade, não estou interessado nessa merda nem
acho que ela seja assunto para um cérebro normal. Portanto isso NUNCA
esteve em discussão nesta página nem estará jamais. O que quer que eu
diga sobre o que quer que seja não será nunca sobre isso. Se você quer
discutir alguma coisa comigo, atenha-se ao ponto em discussão e não
desvie a atenção para essa bobagem.
Aristóteles ensinava que perceber a verdade é o NORMAL em todo ser
humano. Hoje em dia, no Brasil, basta você exercer essa capacidade para
que achem que você pretende ser um guru infalível, um profeta, a voz de
Deus. Inverteram a norma de Aristóteles e acham que o erro é obrigatório
como prova de humanidade. Medem a espécie humana pela sua própria
incapacidade, elevada a norma e padrão.
"Errar é humano" significa
apenas que, ao contrário de Deus, o homem PODE errar, não que deva
fazê-lo para mostrar que não pretende ser Deus.
Ou você se torna filósofo, buscando a coerência na totalidade das
suas idéias antes de se meter em discussões, ou INEVITAVELMENTE qualquer
opinião solta que você tenha sobre assuntos isolados só poderá ser
certa pela força do acaso.
Todo mundo tem alguma opinião, mas cada um quer que os outros a levem
a sério mais do que ele próprio. No mínimo, quer que dêem a ela mais
atenção do que ele jamais deu.
Noventa e nove por cento das discussões idiotas desapareceriam se as
pessoas seguissem esta regra: Seu direito de que a platéia dê atenção às
suas opiniões é proporcional ao tempo que você gastou para criá-las.
Há mais contestadores da infalibilidade do Olavo que da
infalibilidade papal. A diferença é que a primeira jamais foi
proclamada.
Para que tanta insistência em informar à humanidade que eu não sou Deus se ninguém jamais disse que eu sou?
Acho que é o seguinte: No Brasil, qualquer elogio mais enfático do que um tapinha paternal nas costas já é divinização.
O de C
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