domingo, 24 de abril de 2016

A debandada de militantes do PT não significa de maneira alguma um enfraquecimento da esquerda, nem muitíssimo menos do Foro de São Paulo, mas apenas mais uma rearticulação estratégica como aquela que se seguiu à derrubada de João Goulart. A proposital despolitização do antipetismo, concentrando-se na "corrupção" e evitando até mesmo menções de passagem ao Foro de São Paulo -- ou, mais ainda, a outras conexões internacionais do PT -- foi calculada, pela mídia e pelos políticos, precisamente para deixar aberta essa brecha e facilitar o ressurgimento da "hidra vermelha" (como a denomina o Carlos Azambuja) com nova face. Curiosamente, a massa popular não caiu nesse engodo. Por toda parte os manifestantes davam ao protesto o tom de anticomunismo explícito que seus "líderes", de mãos dadas com a mídia e a classe política, evitavam como o diabo evita respingos de água benta.

O Demétrio Magnoli está certíssimo ao dizer que o discurso "antigolpista" do PT não se destina a persuadir as massas -- que já não caem nessa conversa --, mas é apenas um remédio de uso interno, fabricado para estancar a debandada de militantes desiludidos e assegurar ao Lula um restinho de chance nas próximas eleições.

O de C

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