Exatamente como avisei, a mera ameaça do impeachment desencadeou uma
campanha internacional de intimidação do Brasil. Transferiu o problema
da escala local para a mundial. E algum dos nossos políticos caipiras,
incapazes de falar três palavras sem errar quatro, está preparado para
lidar com as coisas nessa dimensão?
Idiotas da direita achavam que estavam combatendo " a Dilma", "o PT" e
"a corrupção", e, por medo se parecer demasiado reacionários, nada
queriam enxergar para além disso. Agora vão descobrir que seu inimigo
não é nenhum desses, é o movimento esquerdista internacional, um poder
monstruoso.
Um treco chamado "PT" nunca foi uma entidade substantiva. É a
tribilionésima fachada que o movimento comunista criou para usá-la
durante algum tempo e jogá-la fora no momento apropriado,
transmutando-se num novo formato com novo nome. Algumas das pessoas mais
falantes e destacadas na "direita" nacional achavam que era coisa muito
esperta descer o cacete no PT sem falar de comunismo. Outras foram
ainda mais estúpidas, achando que, cortando a cabeça da Dilma,
destruiriam o monstro inteiro. Mas, de baixo do cadáver político da
presidanta, não digo que o movimento comuniata "vai se levantar": Já se
levantou, e seus pretensos inimigos na direita levarão tanto tempo para
reconhecê-lo, que ele os comerá a todos antes que consigam dizer "ai".
Desde março de 2015, expliquei que o movimento popular precisava de
uma estratégia global, que abrangesse todas as implicações nacionais e
internacionais do poder petista. Líderes e jornalistas idiotas começaram
a discutir impeachment versus intervenção militar, isto é, a querer
escolher as táticas antes da estratégia. Não estavam e não estão
preparados para lidar com NENHUM problema político sério. Isso inclui
Janaína Paschoal e Reinaldo Azevedo.
Não falta muito para que a tese do "golpe" ganhe toda a grande mídia
americana e européia, os organismos internacionais, a intelectualidade
ativista mundial e a opinião de vários governos. Uma estratégia séria
teria se preparado para isso antecipadamente. Não é coisa para gente
caipira capacitada apenas a lutar contra "a Dilma".
A turma da KGB espalha a tese do golpe por toda parte, e o Putin,
consultado sobre o caso Dilma, posa de Isentão dos Isentões, dizendo,
com a cara mais angélica do mundo, que "o Brasil deve resolver seus
problemas sem interferência externa". Típico e clássico.
Ainda não temos sequer um mapeamento das forças de esquerda no
Brasil, quanto mais na mídia internacional e grandes grupos econômicos
europeus e americanos. No Brasil a turminha não sabe nem mesmo que o New
York Times é de esquerda.
Objeto de ódio do "beautiful people" internacional: Honduras ontem, o Brasil amanhã.
A CNN já aderiu cem por cento à tese do "golpe". Esperem e verão o
tamanho da campanha internacional que se está montando contra o Brasil.
Amanhã haverá uma manifestação de brasileiros antipetistas em Nova York,
à qual darei meu apoio por vídeo, mas o fato é que NENHUM dos grandes
estrategistas do impeachment se preparou para enfrentar a reação mais
que previsível dos poderes globalistas, que anunciei com meses de
antecedência. O comandante que escolhe uma tática específica antes de
haver sequer pensado numa estratégia geral padece de ESTUPIDEZ
CRIMINOSA. Nunca fui contra o impeachment em si, como agora querem
sugerir para camuflar a leviandade medonha das suas atitudes. Fui
contra, isto sim, o fetichismo das táticas -- impeachment ou
"intervenção militar" -- escolhidas sem a menor consciência estratégica.
O PT NÃO ESTÁ "tentando angariar apoio internacional". Está pedindo socorro ÀS FORÇAS QUE O GERARAM. A diferença é imensurável.
Em 2004 escrevi: "Há pelo menos quinze anos venho dizendo: 'Querem
saber o que é entreguismo? Esperem o PT chegar ao poder." Referia-me a
uma conferência feita na Casa do Estudante do Brasil em 1989. Desde essa
época a função do PT no esquema globalista já estava clara para mim,
mas até hoje os iluminados da mídia e da universidade não a perceberam.
Nesse ínterim, 35 por cento do território nacional já foram entregues a
ONGs européias, a indústria nacional foi destruída para que
os estrangeiros possam comprar tudo a preço de banana, e agora uma
presidente em vias de sofrer impedimento vai à ONU pedir apoio
internacional contra o seu próprio povo -- apoio que já lhe está
praticamente garantido de antemão.
Em 2015 expliquei que, para
livrar-nos do governo Dilma e do PT, o melhor era seguir a via judicial,
mediante uma tempestade de processos dirigidos não ao TSE, mas à
justiça comum, CONTRA o TSE, acusando-o de conspirar em segredo para
enganar os eleitores brasileiros, que foram votar sem saber que a
apuração seria secreta. Essa estratégia não poderia jamais ser explorada
contra o Brasil na esfera internacional, de vez que, por um lado, não
se tratava de luta partidária e sim de questão criminal comum, e, de
outro, seria vista com simpatia em muitos países que já estavam
processando a Smartmatic, empresa parceira do TSE na fraude.
Os
iluminados, ansiosos para fazer da classe política e especialmente do
tucanato os heróis de uma história que até entãodesprezavam, preferiram
privilegiar a via mais demorada e problemática do impeachment, que,
sendo uma decisão política e não jurídica, é um chamariz irresistível
para uma campanha internacional anti-Brasil, similar à que se fez contra
Honduras e que levou à eleição de um parceiro do presidente derrubado.
Não era, como se vê, assunto para cronistas de mídia, advogadinhos e bons meninos.
Mudar a atitude da mídia americana e européia quanto ao Brasil,
desfazer a impressão de "golpe", é um trabalho de enorme envergadura,
uma tarefa quase impossível. Eu avisei em tempo, informei que o inimigo
era bem maior que a Dilma, o PT e toda a esquerda nacional, mas não
adiantou. Como sempre.
Manifestações e esclarecimentos ajudam um pouco, mas não podem
competir com liames de solidariedade e apoio mútuo sedimentados há
décadas. A reação internacional não é coisa improvisada, mas a defesa
contra ela sim, porque os gênios do impeachment, caipiras presunçosos,
só viram o seu inimigo na escala local e imediata. Na cabeça deles,
conexões internacionais eram uma coisa remota, quase invisível,
infinitesimal. Não prestaram atenção nem mesmo ao fato fundamental de
que o Foro de São Paulo nasceu sob a
proteção do Diálogo Interamericano, o think-tank do Partido Democrata.
Como sempre, não adiantou avisar. Tudo o que eu dizia eles respondiam na
clave do ciúme mais boboca, julgando que era boicote ao seu querido
impeachment ou então um apelo "de extrema direita" à "intervenção
militar"(cujos adeptos, por sua vez, me achavam um inimigo das Forças
Armadas). Não entendem o que eu digo, respondem sempre a um fantasma da
sua própria invenção, com certeza porque só conseguem raciocinar na base
do "apoio" e "repúdio". É o teatrinho nacional.
A Dilma não precisa "angariar apoio" no exterior. Já o tem, sempre
teve, pela simples razão de que não está se dirigindo a um público novo e
estranho, mas às próprias fontes que criaram o PT e que fizeram dele o
porta-voz fiel do seu programa globalista. Tudo o que ela tem a fazer é
renovar o contrato. Na "direita", só quem tem alguma capacidade de
competir com ela no trabalho de agradar aos patrões estrangeiros são
alguns poucos tucanos, que foram gerados no mesmo ventre e conhecem seus
progenitores. Tratarão de persuadi-los de que podem continuar o serviço
um pouco melhor do que a Dilma. O restante da direita, a massa tucana
inclusive, não tem nem nunca teve a menor idéia da função do PT (nem
muito menos do PSDB) no esquema maior da esquerda mundial. Não pensou no
assunto dois minutos, apesar de todos os avisos que recebeu.
TODO o programa gayzista, abortista, racialista e droguista, por
exemplo, veio pronto da ONU. PT é apenas um dos capatazes que o patrão
incumbiu de aplicá-lo no nosso território. Só analfabetos políticos
podiam imaginar, como de fato imaginaram, que a luta anti-PT era um mero
problema local a ser resolvido mediante um simples impeachment.
Entrar na conferência da Dilma em NY? O nosso embaixador em
Washington não deu crachá nem para o José Carlos Aleluia. Como daria um
para mim?
O de C
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