quarta-feira, 20 de abril de 2016

On Reinaldo Azevedo

Comentário do Rafael Nogueira sobre o último programa do Reinaldo Azevedo:
Duas coisas, Reinaldo:
1. Alunos de Olavo não são como você descreve.
Primeiro porque ele não tem, nem quer ter, controle sobre as vidas de seus alunos. Você mesmo afirmou, Reinaldo, que ele não pode querer saber tudo sobre o Brasil lá dos EUA. Imagine quão difícil não seria manter uma disciplina moral obrigatória sobre milhares e milhares de discípulos! Você foi baixo e jogou com crenças e mentiras populares para melhor difamá-lo. Esperava mais de você, mesmo porque, eu o acompanho desde a antiga Primeira Leitura, revista que talvez só eu mais alguns poucos conheçam.
2. Alunos do Olavo não queriam se ajoelhar perante botinas.
Os intervencionistas eram um grupo pequeno. Olavo só não queria que a população deixasse PSDB e esquerdistas parecerem líderes de movimentos. Se ele estava certo ou não, é outro assunto. Mas seu ataque é errado, senão mentiroso. E veja que eu mesmo, aluno antigo do professor Olavo, não gostei da afirmação do Bolsonaro e já me declarei totalmente contra. Não consta que Olavo de Carvalho tenha vindo me repreender. Conheço incontáveis alunos e não conheço nenhum que tenha se dedicado a fomentar uma intervenção militar (nem aqueles que são alunos militares o fizeram!).
Informe-se melhor. Este é o seu trabalho.

A piada não é minha. É do Edinho Camargo:
Reinaldo Azevedo, batendo no peito: "Só me ajoelho perante um único."
Sim, o Fernando Henrique Cardoso.

Reinaldo Azevedo acha que, distante do Brasil, nada sei do que se passa no país mas, por telepatia, controlo com mão de ferro atos e pensamentos de milhares de meus alunos. Reinaldo, vá cagar.

Reinaldo Azevedo, você é apenas um CANALHA. O que você diz de mim e dos meus alunos é tão porco, tão abjeto, tão mentiroso, que nem merece resposta. Não vou discutir com você, porque meus alunos são suficientes para jogar você na privada tucana que é o seu "habitat" natural.

Reinaldo "Estado de Direito" Azevedo não tem um pingo de amor ao Brasil ou ao povo brasileiro. Só tem à "Nova República", isto é, à turminha dele mesmo.

Os líderes de março de 2015, bem como os "formadores de opinião" modelo Reinaldo Azevedo, tinham nas mãos uma revolução popular democrática, e a transformaram num teatrinho mambembe da elite podre. Foram tão hábeis, tão geniais, que, gradativamente, conseguiram transformar a proposta de novas eleições, que era a grande esperança do povo daquele momento, numa arma a serviço do oportunismo petista. Tudo o que essa gente toca vira lixo.

Permitir que o povo fizesse sua própria História, passando por cima dos ídolos de papelão da Nova República e da "Constituição Cidadã"? Jamais. Todas as fibras do gelatinoso ser do sr. Reinaldo Azevedo se revoltavam contra essa hipótese hedionda. Ele jamais consentiria em viver num mundo onde tipos como FHC, José Serra e Miguel Reale Junior fossem apenas sombras do passado.

O Reinaldo tem uma revista semanal, um canal de TV e um programa de rádio onde se defender. Eu tenho só este espacinho. Não vou dividi-lo com advogados do meu difamador.

Por que deveria eu ter boas relações com o Reinaldo Azevedo -- ou com quem quer que seja -- em nome da "unidade da direita"? (1) Não devo satisfações a direita nenhuma. Elas é que me devem a possibilidade mesma da sua existência, embora com freqüência se esqueçam disso e, num delírio de autopromoção, invertam a ordem do tempo e assegurem que o rabo abana o cachorro. (2) Não vejo por que pautar as minhas atitudes pelas conveniências políticas deste ou daquele grupo, e sim pelas conveniências do meu próprio objetivo, que é a restauração da alta cultura no Brasil, objetivo do qual eventuais mudanças da situação política são apenas efeitos colaterais, aliás calculados e inevitáveis. (3) Nunca procurei ter relação nenhuma, boa ou má, com quem quer que fosse. Não fico "de mal" nem "de bem" com ninguém, não sou criança. Posso xingar o sujeito hoje e sair em sua defesa amanhã, como já fiz em outros casos. Por obrigação e método, não julgo pessoas na sua totalidade, o que é prerrogativa divina (embora amplamente democratizada no Brasil), mas sim condutas específicas, quando são públicas e me dizem respeito.

Reinaldo Azevedo sabia, mas já não sabe mais, distinguir entre a substância permanente de um argumento e as palavras de ocasião que o expressam. E o senil sou eu, evidentemente.

O Ricardo Roveran captou a exata intenção das palavras maliciosas do Reinaldo Azevedo a meu respeito: trata-se, realmente, de "criminalizar o reconhecimento do trabalho alheio". Nada podendo dizer de substantivo contra a minha obra, aquele colunista procura depreciar e intimidar os que a admiram, entre os quais ele próprio diz incluir-se, de modo a impor-se como medida máxima da admiração permitida. Um truque psicológico dos mais chinfrins, digno mesmo de um ex-futuro-escritor reduzido ao estatuto de fofoqueiro jornalístico a serviço gratuito ou remunerado de um partido político.




O de C

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