quinta-feira, 14 de abril de 2016

O texto da Bíblia NÃO PODE, por si só, ser o juiz último de todas as questões, pelo simples fato de que não traz em si mesmo a sua própria interpretação para todas as circunstâncias da vida, mas depende daquela que o leitor lhe atribua. Ou existe a interpretação canônica, inspirada pelo Espírito Santo e consolidada numa tradição, e esta sim é a autoridade última -- é nisto que os católicos acreditam --, ou não faz sentido atribuir essa autoridade a um texto que cada um pode interpretar à sua maneira. Se existe a livre interpretação, então a autoridade final não está no texto e sim na cabeça de cada um. Isso não tem escapatória. É por isso que as igrejas protestantes se multiplicam como coelhos, cada uma proclamando representar a autoridade última e única do texto e desmentindo-se a si própria no ato mesmo de fazê-lo. Se você rejeita a interpretação canônica e opta pela livre interpretação, então a única autoridade final é você mesmo. Quanto mais você espernear contra este argumento, mais provará que ele está certo, pelo simples fato de que cada um dentre milhões de esperneios diferentes alegará, com igual direito, personificar a unidade da mensagem divina. Ou você aceita um Papa, ou cada um é um Papa. E, se existem vários Papas, nenhum deles é o único. Argumentar contra isso, mesmo um pouquinho, só resultará em proclamar que o Papa é você, coisa na qual me permito, gentilmente, não acreditar.

Dito de outro modo: um texto não pode, ao mesmo tempo, ser a sentença final e matriz de controvérsias.



Adriano Neiva Apesar disso, São Paulo dedicou bastante tempo para exortar a São Pedro, na Galácia, na ocasião em que ele flertava novamente com os judeus e com a lei. E para isso, São Paulo se utilizou de uma corajosa desobediência ao que caminhava para ser uma "tradição eclesiástica", caso ele não houvesse interrompido o processo.

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Olavo de Carvalho
Olavo de Carvalho Adriano Neiva Mais burrice. Corrigir o Papa quando ele ameaça errar é dever de TODO católico. O Papa só é infalível ao proclamar um novo dogma. Nenhum Papa desde Pio XII proclamou dogma algum.
Paulo Vieira
Paulo Vieira Uma regra hermenêutica que funciona é: a Bíblia interpreta a própria Bíblia. Assim, caso um texto como o enigmático sonho de Nabucodonosor em Daniel 2, trouxer sua própria interpretação, como lhe deu o próprio profeta na Babilônia, então toda a verdade está estabelecida.
Olavo de Carvalho
Olavo de Carvalho Isso é metonímia.
 

A incapacidade de apreender a certeza apodíctica de um prova lógica é sinal de baixíssimo QI. Não existe a menor possibilidade de um exercício normal da inteligência sem uma percepção viva da distinção entre o certo e o duvidoso. Pior do que ter falsas certezas é não ter certeza nenhuma. Para o imbecil, tudo é incerto e duvidoso. E, se ele espera que a "fé" preencha a lacuna, só mostra que não sabe distinguir entre a fé e a mera reiteração teimosa de um Ersatz de certeza.


Giovanna Lara O senhor compartilhou o vídeo de um cara (Molineaux) uma vez mostrando dados sobre estupros e feminismo (se não me engano). Ele é o tipo de cara que o senhor descreveu acima. Apesar de bom de análise daquele tipo, em termos religiosos ele disse que foi cristão mas esperou as maravilhas da religião na vida dele e nada veio. Tipo, se a finalidade de vc ter uma religião é a realização do céu na Terra...

Olavo de Carvalho
Olavo de Carvalho Giovanna Lara Para concordar com uma afirmação não preciso crer que o seu emissor é um modelo de virtudes.


Analítico Crítico .E quanto ao texto bíblico de definição de fé em Hebreus 11:1? O que lhe parece?

Olavo de Carvalho
Olavo de Carvalho Analítico Crítico É o óbvio: a fé necessita dia distinção prévia entre o visto e o não-visto, o conhecido e o desconhecido, o adquirido e o antecipado. O doente pede a cura a Nosso Senhor porque tem fé. Depois de curado, já não se trata de fé, mas de certeza sensível. Antes é "Tenho fé em que o Senhor pode me curar". Depois é: "SEI que o Senhor me curou."


Muitas pessoas chamam de "fé" o mero analgésico verbal de uma dúvida temível que não ousam confessar.

Sem a certeza apodíctica, não existiria a certeza relativa ou razoável, nem muito menos a conjeturação verossímil ou a imaginação do possível. A capacidade da certeza é um pressuposto da fé.

"A fé é a prova das coisas ainda não vistas", diz o Apóstolo. É o óbvio: a fé necessita da distinção prévia entre o visto e o não-visto, o conhecido e o desconhecido, o adquirido e o antecipado. O doente pede a cura a Nosso Senhor porque tem fé. Depois de curado, já não se trata de fé, mas de certeza sensível. Antes é "Tenho fé em que o Senhor pode me curar". Depois é: "SEI que o Senhor me curou."



O de C

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