Desde que manifestei, não digo sequer uma adesão formal, mas alguma
simpatia pela candidatura Jair Bolsonaro à presidência da República,
coisas estranhas começaram a acontecer no Facebook:
Desde logo,
tornou-se mais intenso e visível o procedimento-padrão da quadrilha de
difamadores e caluniadores que não me deixam em paz desde os tempos do
Orkut: tão logo alguém publique qualquer acusação contra mim, juntam-se
em bandos para dar-lhe apoio coletivo, negando aos meus amigos, alunos e
leitores o direito de retrucar individualmente ou em grupo, que de
imediato lhes vale o rótulo de “fanáticos idólatras”, “teleguiados” e
outros semelhantes.
Quando denunciei o ardil em termos que não
deixavam margem a dúvidas quanto à regularidade e constância do
procedimento, minha página no Facebook foi imediatamente bloqueada, sob o
pretexto claramente artificioso de uma foto publicada um ano atrás. A
foto, fazendo gozação com a crise econômica, mostrava duas moças
(vestidas) com um cartaz à beira da estrada: “Pague uma e coma duas.”
Coisa realmente de uma obscenidade fora do comum, capaz de escandalizar o
Maníaco do Parque, o Champinha e a comunidade pedófila internacional,
talvez até uns ministros do governo.
Como então eu passasse a usar
a conta da minha esposa, Roxane, para enviar mensagens à minha Fan-Page
e não ficar totalmente desprovido de meios de defesa, a resposta não
demorou:
Desde logo, um adepto – não sei se militante -- do MBL,
Cassiano Tirapani, começou a me caluniar da maneira mais torpe. Além de
repetir os chavões já bem conhecidos (“chefe de seita”, etc.), ele me
acusava também de coletar informações sobre a vida íntima dos meus
alunos para mantê-los sob controle mediante ameaça de chantagem.
Desmascarado o jogo sujo, graças à intervenção dos próprios alunos do
Curso Online de Filosofia que na página mesma do sr. Tirapani
desmentiam a acusação, a conta da Roxane foi bloqueada também, sob a
desculpa de que era “inadequado” xingar o caluniador em vez de tratá-lo
com o respeito devido a criatura tão nobre e santa.
É inútil
esbravejar contra o Facebook. Os bloqueios acontecem automaticamente
quando a empresa recebe denúncias em massa. A responsabilidade do
fechamento incumbe, com toda a evidência, à militância organizada em
torno do sr. Tirapani, erguido por essa mimosa comunidade à condição de
bola da vez – a enésima encarnação do líder salvador, do santo guerreiro
incumbido de eliminar o dragão da maldade, o execrável Olavo de
Carvalho.
O próprio sr. Tirapani parece ter-se persuadido da missão
sublime à qual os céus o convocaram, como se vê pela sua foto em trajes
heróicos de cavaleiro andante, que ele mesmo publicou na sua página com
exibicionismo histriônico digno de um folião em concurso de fantasias.
O papel que o destino lhe reservou, no entanto, parece um pouco diferente.
Esquerdista até 2013, segundo ele mesmo confessa, converteu-se depois
não só à direita, mas ao “olavismo” mais extremado e devoto, desfilando
numa passeata com o cartaz “Olavo tem razão”, e, mal assentada a poeira
de tão radical transformação interior, embarcando logo em seguida na
onda do anti-olavismo mais odiento e caluniador.
Se ele foi
sincero nessas trocas de camiseta, a velocidade mesma com que elas se
sucederam e o entusiasmo belicoso com que ele aderiu ao pró e ao contra
já bastariam para evidenciar que se trata de uma personalidade instável,
imatura e indigna de confiança.
Porém um exame da foto em que ele
posa de olavista devoto na passeata de março de 2015 mostra-o na atitude
exagerada e teatral de alguém que não expressa um sentimento genuíno,
mas desempenha um papel premeditado. Muito provavelmente o seu olavismo
temporário nada mais foi que uma encenação destinada a encobrir
antecipadamente com um verniz de confiabilidade os futuros ataques
caluniosos que ele já planejava desferir contra mim. Neste caso, não se
trata de uma personalidade neurótica e vacilante, mas de uma
personalidade psicopática, amoral, fria e calculista.
Qualquer que
seja o caso, a esta altura a existência de uma campanha organizada de
assassinato de reputação voltada contra a minha pessoa já se mostra como
um fato patente e inegável.
Que essa campanha tenha se
intensificado após as minhas expressões de simpatia ao deputado Jair
Bolsonaro parece indicar uma fonte política bem definida – o que não
impede que um ou outro desafeto individual vindo de outras épocas e de
índole ideológica diversa – colhido entre anti-semitas, russófilos,
tradicionalistas fanáticos etc. --, preste à campanha umas ajudinhas
ocasionais, sem ter a menor idéia de a quem serve com isso.
Olavo de Carvalho
28 de janeiro de 2016
Sempre haverá Tirapanis e Velascos para ser usados nesse jogo sujo.
Todos fracasarão e, no devido tempo, serão jogados fora, mas sempre
aparecerão candidatos aos seus empregos. O mal não tem fim neste mundo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário