terça-feira, 5 de janeiro de 2016

Epígrafe

Jamais posto no FaceBook. Jamais. Parece-me que a coisa soa falso de antemão porque ao imaginar um leitor já perco-me em mil preocupações relacionadas à imagem que as pessoas terão a meu respeito. Isso paralisa-se. A sinceridade parece que é sempre sacrificada aí no altar de uma imagem que queremos que as pessoas tenham a nosso respeito. Mas os escritos de um amigo levaram-me a escrever estas linhas porque não quero que a discrição pareça insignificância. Além do mais, temo ser um homem de consciência demasiadamente fragmentária e, como disse um político de projeção há pouco tempo (ou melhor, escreveu): "as palavras voam, os escritos permanecem". E como eu sou um sujeito reservado, eu não escreveria numa frase de epígrafe a este blog "palavras", mas apenas "pensamentos". E como acho que sou um sujeito inconstante, medroso e que dificilmente termina o que começa, a minha epígrafe seria outra:

Os pensamentos se fragmentam, os escritos permanecem.

Mas como, ainda, não gostei nem um pouco do teor deste primeiro parágrafo porque parece-me que esta é na verdade uma confissão pública e que estou falando a meu respeito além do tolerável, peço que, por caridade, esqueça o que ler neste blog.

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