Olavo de Carvalho A moral sexual é o último refúgio dos canalhas.
A busca da perfeição quantitativa na conduta, se não é empreendida
com todos os cuidados e sutilezas de dois milênios de teologia ascética,
é a maneira mais rápida de destruir a qualidade da alma.
Confesso que no mais das vezes sou indiferente a problemas de moral
sexual, exceto quando têm repercussões civilizacionais catastróficas. Na
era do genocídio, ficar discutindo se o menino que tocou punheta vai
para o inferno é faltar com o senso das proporções, portanto com a
verdade. Pode-se discutir isso com o próprio menino, em privado, mas uma
vasta pregação pública antipunheta num país que tem setenta mil
homicídios e não sei quantos milhões de abortos por ano é ela própria
uma punheta.
A moral sexual cristã laicizada é uma monstruosidade temível. Uma
coisa é você sacrificar os seus desejos sexuais no altar de Deus, outra
coisa é fazê-lo no altar da sociedade laica, do Estado e dos vizinhos
fofoqueiros. Antes um putanheiro do que um idólatra.
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