quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

Privado de qualquer possibilidade de diálogo intelectual à altura dos meus interesses, por absoluta ausência de interlocutores no panorama acadêmico e midiático no Brasil de hoje, e constantemente exposto, por outro lado, a maledicências grosseiras da parte de delinqüentes caricatos como Julio Severo, Rodrigo Cocô, Maestro Bagos, Veadascos, Paulo Porcão e inumeráveis outros, é mais difícil do que vocês imaginam manter minha atenção concentrada nos altos temas que leciono aos sábados e dos quais escrevo nos meus livros e apostilas. Nada mais irônico, nesse quadro, do que os conselhos (nem sempre bem intencionados) de que eu ignore essas baixezas por completo e me encerre numa torre de marfim enquanto em volta milhares de detratores enlameiam o meu nome impunemente, sem nem ao menos o temor de um revide -- conselhos tão insensatos e impraticáveis que, com certeza absoluta, nenhum de seus remetentes os seguiria se o nome achincalhado, mesmo numa proporção dez mil vezes menor, fosse o dele e não o meu.
Num cálculo modesto, são mais de duzentas mil páginas de calúnias, lendas urbanas e acusações insanas de toda sorte que circulam contra mim, e mesmo respondendo-as em dose incomparavelmente menor, opondo breves notinhas a destampatórios quilométricos e incessantes, acabo sempre sendo eu o acusado (mesmo por pretensos amigos) de xingar, de atacar, de "dividir", ou pelo menos de não me encastelar numa indiferença olímpica, de ser mesquinho ao ponto de... prestar atenção aos crimes que se praticam contra mim! A massa de ódio verbal aí já alcançou as proporções de um fenômeno de patologia social jamais visto antes em qualquer outra época e lugar.
Não tenho dúvidas que, se parte dele nasce da espontânea hostilidade de analfabetos funcionais ante quem tem algo a ensinar, outra parte, a maior, é uma operação de larga escala calculada para promover, não somente o meu descrédito, mas a destruição da minha psique. Operação que com certeza não terá o menor sucesso, mas que me mantém ao menos num estado de permanente cansaço físico e mental.
É também certo que um aspecto essencial da operação é achincalhar os meus leitores, alunos e seguidores do FB, rotulando-os de idólatras e fanáticos para me isolar, dissuadindo-os de dizer uma palavra em minha defesa ou obrigando-os pelo menos a fazer preceder de um humilhante "disclaimer" as palavras de defesa.
A mera possibilidade de processar um décimo dos caluniadores e difamadores é utópica, tão grande é o número deles, embora pequeno no confronto com o número total dos meus leitores e seguidores FB.

Falar de coisas que os mais burros não compreendem é despertar neles um desconforto, uma revolta, um ódio incontrolável. De tudo o que digo, muitos só captam uma coisa: a morte próxima da sua auto-imagem. Defendem-se dessa ameaça com a fúria de ratos encalacrados no esgoto, mas, para não confessar que estão lutando apenas em causa própria, dizem que estão defendendo a justiça social, o Estado democrático de direito ou qualquer outra coisa bonitinha. Todos sempre em luta, é claro, contra o fascismo.
É IMPOSSÍVEL defender-me de tantos ataques simultâneos, de tanta maledicência acumulada. Seus autores sabem perfeitamente bem que, incapazes de discutir a sério comigo, tentam vencer pelo número e pela velocidade alucinante, sobrecarregando-me de mais acusações do que eu poderia responder em dez anos, trabalhando full-time. Cada um deles, é claro, se faz de inocente, fingindo acreditar que é o único, que é um caso isolado, que portanto lhe devo a atenção de uma resposta detalhada, além de polidíssima. O efeito global é sufocante, é desesperador. É um estrangulamento de caráter.
É óbvio que estão usando contra mim a técnica da "'Death of a thousand cuts"
"If something is suffering the death of a thousand cuts, or death by a thousand cuts, lots of small bad things are happening, none of which are fatal in themselves, but which add up to a slow and painful demise."
Ninguém faz isso espontaneamente ou sem perceber.

Ainda mais impossível é lidar com essa situação e continuar tendo uma produtividade intelectual à altura do que meus alunos e leitores esperam. O objetivo da coisa toda, no fim das contas, é paralisar o meu trabalho ou ao menos deteriorá-lo pouco a pouco.
Não conseguiram ainda, mas quem disse que vão parar?


O de C

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