quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

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Vivi muitas vidas numa só, atravessei situações entre malucas e perigosas que a maior parte das pessoas não viu nem em imaginação, corri toda sorte de riscos, conheci de perto gênios, santos, heróis e bandidos, freqüentei os lugares mais temíveis e os mais maravilhosos, mergulhei até o fundo da minha alma, vi horrores e milagres, ouvi relatos íntimos de umas mil vidas humanas, li no mínimo uns dois mil livros (além de outro tanto que belisquei) e, antes de casar com a Roxane, tive umas setenta namoradas (até onde consegui contar). Se existissem reencarnações, esses meus críticos que nunca saíram da casa da mãe precisariam de umas duzentas antes de conseguir entender uma só palavra do que eu digo.

Sei que o cristão deve ser homem de uma mulher só, mas, às vezes, para saber qual delas você tem de passar por muitas.

Cada amor que tive foi, naquele momento, para sempre. E cada um que não foi vive ainda no meu coração. Na verdade, nenhum acabou: só o que acabou foi a possibilidade de vivê-lo nesta vida. Só uma está condenada, coitadinha, a agüentar o meu amor neste mundo até o nosso último suspiro.


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