Kim Jung Il Katacokinho é o futuro do Brasil.
A favor de "privatizações", meninada, até o Raul Castro é.
Quando o pessoal vai aprender que uma corrente política não se define
pelo "modelo econômico" ou "modelo de sociedade" que defende, mas pelos
grupos e esquemas de poder aos quais serve ou se alia?
"Je vais agir, c' est à dire, parler." (Charles de Gaulle)
Pessoas que nunca pensaram no assunto mas já têm opinião formada são as
que tipicamente exigem "menos palavras e mais ações". Nenhuma delas me
mostrou jamais alguma ação política que, excluída a violência física,
não consistisse essencialmente de palavras.
Você sabe preparar uma assembléia para que ela, sem perceber que é
conduzida, acabe votando o que você quer? Você sabe organizar uma greve,
um piquete em porta de fábrica? Você sabe como criar uma rede para
distribuição de propaganda proibida pela polícia? Você sabe como
esconder fugitivos de tal modo que eles simplesmente desapareçam? Você
sabe escrever notícias que transmitam precisamente a informação proibida
pela censure sem que a censura perceba? Você sabe fazer bombas com
materiais banais colhidos na sua cozinha?
Se não sabe, por favor,
não me dê lições de política. Eu já sabia todas essas coisas -- e muitas
outras parecidas -- aos dezoito anos.
Você sabe preparar e redigir um informe de inteligência? Aprenda isso
primeiro antes de fornecer ao mundo as suas belas lições de política.
Se você acha que sabe alguma coisa de política, tome o poder na sua
escola, no seu sindicato, na sua comunidade religiosa, na sua sociedade
de bairro. Vença e derrube UM professor, UM intelectual público, UM
figurão do partido adversário de modo a excluí-lo do páreo.
Depois venha me dizer o que fazer.
Você não percebeu, ô cretino, que boa parte das difamações que sofro
acontecem só porque bloqueei a entrada em massa do duguinismo nas nossas
universidades, deixando-lhe somente o espaço de conchavos diplomáticos
com o governo? Empreenda com sucesso uma operação desse tipo e depois
venha me ensinar a "agir".
Abra para você mesmo, sem dinheiro e com meios de ação restritos, um
espaço igual ou superior à de mil inimigos bem subsidiados, e depois me
ensine a "agir".
Se, depois de protestos que levaram dois milhões de pessoas às ruas,
em vez de passar a organizar a militância no seio da sociedade -- nas
escolas, nas igrejas, nas sociedades de bairro --, uma mente iluminada
prefere andar a pé até Brasília para pedir que Suas Incelenças votem um
"impeachment", só um cego, surdo, mudo e mentecapto não percebe que a
referida criatura está boicotando o movimento popular em vez de
fomentá-lo. A simples teimosia de continuar discutindo uma coisa tão
óbvia já denota alto grau de analfabetismo político praticamente
incurável.
Um verdadeiro líder popular age diretamente junto à população, longe
das câmeras e dos sorrisos paternais da grande mídia. Um fantoche age
sobretudo diante dos holofotes, só se comunicando com a população pela
telinha. É O KIM JUNG IL KATAKOKINHO.
O Lech Walesa passou décadas organizando a militância popular, e só apareceu na mídia quando já era um quarentão. Pensem nisso.
Eu VI com meus próprios olhos, acompanhei de perto o movimento
anti-aborto, que a mídia não sabia sequer que existia, crescer em
segredo durante trinta anos, com trabalho sério de militância, e depois
surgir como que do nada, impondo espetaculares derrotas parlamentares
aos seus inimigos.
Será que ninguém mais neste país sabe distinguir entre um líder e um poster-boy?
O sr. Hélio Beltrão é, sim, um líder. Só que ele não fabrica outros
líderes -- porque não sabe ou não quer. Só fabrica poster-boys.
O interesse pelas modas intelectuais estrangeiras, aliado ao
desinteresse pela cultura brasileira, é uma das marcas registradas do
presente liberalismo, que por isso mesmo jamais tocará o coração das
massas e sempre terá inveja de quem toca. Os
bons e verdadeiros liberais, um Donald Stewart Jr., um Antonio Paim, um
Meira Penna, um Paulo Mercadante, jamais padeceram desse defeito
horrível.
O de C
Nenhum comentário:
Postar um comentário