Refletindo sobre a aula I do Pe. Paulo Ricardo: Se não existe a
"analogia entis", se as coisas criadas nada indicam sobre Deus, menos
ainda podem fazê-lo as línguas humanas -- inclusive aquelas nas quais a
Bíblia circula.
Ainda sobre a aula do Pe. Paulo Ricardo: A Bíblia inteira, desde o
primeiro versículo, clama pela "analogia entis", sem a qual ela própria
seria apenas um amontoado de palavras sem sentido.
Se não existisse a "analogia entis", como poderiam o pão e o vinho ser o Corpo e o Sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo?
Quem divide o Cristo em dois, humano e divino, e só cultua este
último separando-o do primeiro, é SEM DÚVIDA POSSÍVEL um inimigo do
Salvador. "Se Cristo não veio na carne, vã é a nossa fé."
Se o fato da Queda tivesse destruído a inteligência humana ao ponto
de torná-la incapaz de discernir a verdade nas coisas materiais, muito
mais incapaz ela seria de atinar com a verdade nas palavras da Bíblia.
Deus nunca pediu que lêssemos a Bíblia inteira e vivêssemos arrotando
versículos a torto e a direito. Ao contrário, pediu que usássemos do
Seu Nome com a parcimônia que o respeito exige. E pediu que MEDITÁSSEMOS
os Seus ensinamentos dia e noite. Dou meu testemunho pessoal de que
cada versículo da Bíblia é um oceano de mistérios e revelações que às
vezes levam dez, vinte anos, para nos deixar entrever algo do seu
sentido.
Por exemplo, para começar com o começo: se o próprio Deus é luz, como
pode Ele ter dito "Faça-se a Luz"? Não respondam, por favor. Pensem
nisso dez anos, em silêncio. Vale a pena.
Como estudar a Bíblia? É simples. Leia dois ou três versículos e reze durante um mês para que Deus o faça entendê-los.
O fiel católico não deve recuar com horror nem mesmo diante das
idéias ateísticas mais blasfemas e ofensivas, pois nelas pode estar
embutida alguma fragilidade da apologética existente que ainda pode ser
corrigida. Tudo é útil aos que servem a Deus,
O de C
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