Nunca tomei a iniciativa de ofender o Reinaldo Azevedo. Apenas
contestei, educadamente, uma interpretação errada que ele fez do texto
da Constituição. Foi ele quem tomou a iniciativa de me chamar de vaidoso
e senil, encerrando uma amizade que eu prezava. SE ele me pedir
desculpas, aceito discutir com ele o pretenso fascismo do Bolsonaro.
Quando deixo de comentar algum livro, artigo ou opinião relevante, em
noventa por cento dos casos é por caridade. Apesar da minha admiração
por Dom Quixote, não considero que minha missão seja sair pelo mundo
"enderechando entuertos". Só endireito "entuertos" muito bem
selecionados.
É só por impulso irresistível de psicologismo difamatório que uns
fulanos e fulanas acham "vaidade" eu dizer que derrubei a hegemonia
intelectual esquerdista sozinho, numa época em que Paulo Francis,
Roberto Campos e outros meus antecessores já estavam mortos ou fora de
combate e meus possíveis sucessores -- ou melhor, macaqueadores -- não
haviam entrado em campo. Essa é uma questão de relevância histórica, não
uma disputa de mérito pessoal. A verdade histórica tem de ser defendida
a todo preço. Deveria eu traí-la só para que anjos de humildade como
Rodrigo Cocô e Reinaldo Azevedo não me chamassem de vaidoso?
O de C
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