quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

É claro que ninguém vai entender coisa nenhuma da minha alma por meio de adivinhações pejorativas ao estilo Rodrigo Cocô e Tirapani. Nem eu imaginei jamais que essas criaturas tivessem, seja a intenção, seja a maturidade requerida para me entender. Também é fato que pouco se saberá da minha vida interior pelos esparsos fragmentos autobiográficos que espalhei pelo Facebook, quase todos eles de natureza humorística. Mas os raros poemas que escrevi revelam, com certeza, alguma coisa.

Bruno Tolentino foi o maior poeta da língua portuguesa em muitos séculos, e o primeiro livro que se publicou sobre ele no Brasil foi uma curiosidadezinha biográfica a respeito de um caso homossexual que ele teve na Inglaterra. Isso revela TUDO sobre o estado mental da sociedade brasileira.

No Brasil não se discutem idéias, aliás nem pessoas. Discutem-se lendas urbanas e fofocas. Essa tendência sempre existiu neste país, mas agora ela domina integralmente o cenário mental nacional. Crítica literária, hoje, consiste em averiguar quem comeu quem.

A mais recente e popular lenda urbana colocada em circulação pelos meus detratores é a de que participei de surubas na tariqa do Schuon. Não há baixeza, não há sordidez, não há fantasia porca em que essa gente não se enlameie com prazer indescritível.


O de C


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