segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

A frase de Cristo precisa ser adaptada ao Brasil: "na verdade, amais o que devíeis desprezar, e desprezais o que devíeis amar". Brasileiro não odeia nada, porque odiar é feio; então simplesmente finge inexistir tudo aquilo que lhe desagrada -- isto é, as coisas que importam. Quanto aos assuntos e pessoas mais irrelevantes do universo, ah, isso é sempre matéria de vida ou morte, capa de jornal, assunto de todos os blogs.

Atribuí de passagem uma frase a Cristo, num texto informal de um parágrafo cujo tema era a obsessão do brasileiro por detalhes irrelevantes e sua completa falta de interesse pelas coisas que importavam. Apareceu uma discussão nos comentários sobre se o autor da frase seria Cristo mesmo, e onde a teria dito. O interesse é SEMPRE no "quem, como, onde", nunca no "quê". QUOD ERAT DEMONSTRANDUM.

O brasileiro médio tem desprezo pelo conhecimento e, por isso, basta falar algo com seriedade para ele se esquivar do assunto com duplos sentidos, anedotas, etc. O brasileiro inteligente, não: ele se orgulha de, diante de qualquer idéia, ignorá-la completamente em favor de aspectos acidentais da comunicação, aos quais ele atribui uma importância desproporcional e até histérica. Isso é o melhor que você vai encontrar nas universidades. Mais nada.

RFalcon

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