quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

Se vocês querem exemplos de analfabetismo funcional, leiam o Diário do Cu do Mundo. A coisa mais impossível do universo é algum redator daquela porcaria entender o que lê ou o que ouve dizer. Os exemplos são inumeráveis. Escolho este porque, desentendendo majestosamente palavras simples e claríssimas ditas pelo Nando Moura num vídeo , toca, de passagem, na minha pessoa.
Quando o Nando Moura diz que fui chamado para um congresso internacional de lógica, e que não estou nos EUA com um visto comum, mas com um visto especial concedido pelo governo americano a autores de feitos notáveis em alguma área do conhecimento, o redator mundianal mistura tudo numa impressão confusa e responde:
“Existem vários acadêmicos brasileiros que são convidados a palestrar nos EUA, o que não torna Olavo de Carvalho especial.”
Em duas linhas ele consegue errar duas vezes:
1) Não fui convidado a “palestrar” nos EUA. Fui convidado a MORAR aqui. Quantos "acadêmicos brasileiros" moram nos EUA com visto similar?
2) O Unilog, onde fui, aí sim, convidado a palestrar, não é um congresso qualquer. É o maior e mais prestigioso congresso de lógica do planeta, uma espécie de súmula mundial das descobertas importantes nesse campo. No ano em que participei, só seis brasileiros foram convidados. E o Congresso não foi nos EUA. Foi em Montreux, Suíça. Nos congressos científicos, o maior número dos participantes não é convidado. Pede inscrição e paga. Convidados são só palestrantes especiais. O redator mundianal não tem a menor idéia do que é um congresso científico.
Mas o referido soma ao analfabetismo funcional, como é de praxe nesses casos, a mendacidade alimentada por uma fantasia maliciosa pueril: Segundo ele, Olavo de Carvalho está nos EUA “porque presta serviços a instituições vinculadas com empresas privadas e políticos do Partido Republicano”. Invencionice paranóica de ginasiano assustado. Só presto serviços ao Diário do Comércio e aos meus alunos do COF. No Inter-American Institute não presto serviços a ninguém, porque eu mesmo o criei e o mantenho com dinheiro do meu próprio bolso, sem pedir nada a ninguém. E obviamente a instituição não tem NADA a ver com empresas americanas nem muito menos com o Partido Republicano.


A incapacidade de compreender a linguagem flexível da conversação informal, do jornalismo e da literatura é o que define o analfabeto funcional. Ele pode entender a linguagem dos conceitos científicos formais que aprendeu na escola precisamente porque é fixa e desprovida de ambigüidades, e então ele se baseia nela para "contestar" figuras de linguagem. É assim que uma aparência de conhecimento científico mascara a simples incapacidade de compreender um texto. Pirrôlas e similares são exemplos visíveis desse fenômeno.

Um analfabeto funcional pode até seguir uma carreira tecno-científica sem dar bandeira da sua incapacidade. Esta aparece quando ele lê uma palavra usada em sentido diferente daquela, consagrada e formal, que tem na sua área de especialidade. Aí ele não entende mais nada.


O de C

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