quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

Sempre imaginei que um aspirante a filósofo deveria ter um longo período de aprendizado, no qual se abrisse a todas as influências, a todas as correntes de pensamento, e não começar a expor suas opiniões em livros antes de que elas tivessem se consolidado num conjunto racional e ordenado, expressão da sua maturidade intelectual. Foi exatamente o que fiz. O que nunca me passou pela cabeça foi que ratos e baratas metidos a intérpretes do meu pensamento misturariam tudo numa pasta simultânea, empastelando a cronologia e tomando as etapas do meu aprendizado como se fossem partes essenciais do meu pensamento maduro e publicado. Essa deformação subginasiana das minhas idéias expressa apenas analfabetismo funcional e ânsia de fazê-lo parecer sondagem intelectual profunda ou até mesmo revelação espetacular. Por exemplo, se passei por uma tariqah mais de trinta anos atrás, isso é tomado como prova de que toda a minha obra publicada é um ardil muçulmano para desviar as pobres almas dos católicos. Se fui comunista CINQUENTA anos atrás, certamente toda a minha obra é um empreendimento comunista de desinformação. Tais são os critérios de interpretação usados por Caios Rossis, Bispas Macedos, Veadascos e tutti quanti.

A história da minha formação é rica e complexa demais para as cabeças dos apressadinhos bocós que tomam uma primeira impressão como certeza definitiva.

Há também, por trás de toda essa hostilidade pueril, o compreensível desejo que cada um tem de ocultar os seus pecados por baixo do desenho disforme que pinta da minha pessoa. Por exemplo, nos anos 80 entrei na tariqah do F. Schuon precisamente por ser, na época, a única tariqah multiconfessional do mundo, da qual eu poderia participar sem me comprometer até à goela com o Islam ortodoxo. Já o sr. Caio Rossi abandonou a Igreja Católica para filiar-se a uma tariqah ortodoxa, convertendo-se portanto oficialmente ao Islam, que mais tarde ele abandonaria, tornando-se portanto um renegado que, segundo a lei islâmica, qualquer muçulmano tem o direito de matar. POR ISSO ele sente a necessidade de acusar A MIM de ser um agente islâmico.

Minha OBRA PUBLICADA começa com "A Nova Era e a Revolução Cultural", de 1993, seguida de "O Jardim das Aflições", "O Imbecil Coletivo" e "Aristóteles em Nova Perspectiva". Incapazes de ler esses quatro lívros, os bobocas pegam entrevistinhas, panfletos ou artigos de vinte, trinta anos antes, e daí obtêm a fórmula mágica do "pensamento do Olavo de Carvalho".

O de C

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