segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

O regime financista e burocrático da modernidade tem seu principal discurso justificador na ideologia socialista. Um exemplo: a própria idéia de um banco central, de seguro depósito e resgate estatal ao sistema financeiro emergiu com toda a força durante o pânico financeiro de 1907. A Casa de Morgan (J.P Morgan) posou de banco central na época, organizando um resgate para os pobres irmãos que especularam com os depósitos em reserva fracionária e se deram mal. Os ideólogos socialistas e "progressistas" da época (alguns comprados, outros por convicção própria) logo passaram a usar esse episódio como uma prova de que o mercado era caótico e irracional e que um planejamento central benévolo ( como o realizado pelos Morgan) seria o caminho do futuro. Foi assim que a esquerda americana da época ajudou a implementar a mamata suprema para o sistema bancário conhecida como Federal Reserve. Da mesma forma, os Morgan,os Rockfeller e outros megacapitalistas tinham tentado cartelizar o mercado americano no final do século 19, somente para descobrir que sua natureza altamente descentralizada era imune à cartelização final. Novamente se aliaram aos intelectuais "progressistas" para vender o que conhecemos hoje como a "regulação" do mercado, a "defesa da concorrência". No entanto, foi exatamente através das agências reguladoras criadas a partir dessa idéia que que se efetivou o controle estatal e dos grandes grupos econômicos sobre a economia americana. Tanto que um historiador esquerdista, Gabriel Kolko, rastreando e percebendo essa aliança e sua verdadeira natureza, chamou tal resultado de "o triunfo do conservadorismo", já demonstrando a usual incompreensão esquerdosa da natureza revolucionária e centralizadora do pacto entre megacapitalistas e planejadores sociais esquerdistas ( que atingiu sua síntese perfeita no tal "desenvolvimento sustentável").

Murilo, poderia desenvolver (em outro post) essa relação entre a criação das agências de regulação da concorrência e a concentração do mercado na mão de uns poucos interessados?
Murilo Resende Ferreira
Murilo Resende Ferreira Você basicamente cria exigências regulatórias e controle de preços que só podem ser atendidas com eficiência por grandes corporações.
 
Uma estratagema genial: definir o corte sistemático de preços como prática anti-concorrência. Tudo isso baseado na teoria de que um monopolista baixa os preços para depois elevá-los muito acima do patamar anterior. No entanto, até mesmo o Rockfeller se deu muito mal tentando aplicar essa estratégia, perdeu grana e depois teve de subir os preços, sem ter destruído a concorrência. Só que baixar constantemente os preços também é um comportamento de quebra de cartel, exatamente o que os megacapitalistas queriam barrar.
 
Um exemplo claro é a privatização da telefonia no Brasil: houve uma abertura seguida de oligopólio coordenado pela agência reguladora, nunca mais houve de fato livre entrada no mercado. 

Nada expressa melhor nosso mundo do que a aliança entre banqueiros e uma esquerdista de estimação como a Marina Silva. Ela será sempre a rainha da floresta para o Walter Salles e a City de Londres, prontinha para demonstrar como os benévolos financistas só querem salvar o mundo com suas maravilhosas fundações e seus planos de nos trancar em metrópoles "sustentáveis"(tradução: vamos todos morar em cubículos de 10 metros quadrados, com a proibição estrita de mais de um filho) cercadas de reservas ecológicas (controladas na prática adivinhem por quem?). Fica bem claro que o Islã vai tratorar o Ocidente antes que tal delírio se realize, mas é inegável que a rainha da Floresta e seus donos sonham com esse Admirável Mundo Novo...

Murilo Resende

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