sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

Quem quer que observe o que a esquerda fez nas últimas décadas em nossa educação e no sistema penal só pode querer aniquilar essa turma da vida política nacional ou então se provar um filho da puta unindo-se ao trabalho quase inteiramente completo de destruição de uma nação. Não há opção: se você não se juntou ao primeiro grupo está no segundo mesmo que por colaboração negligente.

Cada vez mais noto um lugar comum do besteirol nacional: a contraposição entre a pretensa arrogância dos "intelectuais" e as puras e angelicais virtudes cristãs que brotam naturalmente na alma. É o bom selvagem de Rousseau transposto ao cristianismo de auto-ajuda tipicamente brasileiro. Sempre que algum idiota que coincidentemente se identifica como cristão se vê cercado de fatos e raciocínios que desconhece absolutamente, ele começa então a falar que o conhecimento incha e que aos puros basta a "fé" e a sabedoria infusa dos santos (ou algo do gênero). Pronto: a ignorância e a burrice se transmutam alquimicamente no ouro da comunhão dos santos.

A aliança das bilionárias fundações globalistas e da militância do movimento comunista internacional é o poder mais temível com o qual a humanidade já se deparou. Só uma resistência feroz e altiva pode fazer frente à destruição da família e da ordem social planejada pelos dois braços desta Revolução que começou com o eterno "Non serviam".

A tensão da democracia moderna ainda se encaixa com os devidos ajustes na progressão dos governos relatada por Platão em A República. Na origem, o sistema político e a ordem social são uma mesma coisa: fundar uma cidade e um povo é coisa para os melhores (no sentido de poderes reais), para uma aristocracia. A tendência à hereditariedade da aristocracia consegue manter por algum tempo uma força real através da conjunção de dotes naturais e educação rigorosa, mas, mais dia menos dia, os seus filhos se tornam crianças mimadas pela riqueza e o conforto. Manter os privilégios e a riqueza sem prestar os serviços de seus pais à sociedade: eis o fim último da classe oligarca que se forma a partir dessas crianças mimadas. As injustiças crescentes e a incapacidade que a oligarquia tem de absorver novas lideranças fazem com que os melhores elementos da plebe se organizem para derrubar essa ordem. Passamos então para o estágio da democracia antiga, onde os demagogos vindos da plebe prometem se unir a ela para destruir toda a oligarquia e redistribuir seus bens e prerrogativas. No entanto, o demagogo final, aquele que concentra poder suficiente para destruir a oligarquia e outros demagogos, obtêm para si um poder de opressão inimaginável pelo pior dos oligarcas. Passamos então à tirania, que é a mãe espiritual do socialismo e do fascismo.
Este processo é praticamente natural e imanente a quase todo tipo de organização social mais duradoura. O ideal de uma democracia substancial, parcialmente atingido nos países de tradição anglo-saxã, consiste em trazer, lado a lado com esse processo, instituições e forças sociais de renovação, evitando que a sociedade colapse juntamente com esse ciclo natural da liderança política. Há amplo espaço nessas democracias para preocupações com desigualdade social e manipulação do Estado por elites oligárquicas, sem que isso tenha relação alguma com os sonhos apocalípticos do marxismo. Notem que o capitalismo só pode se expandir progressivamente em meio a uma tensão de centralização e descentralização que é a inimiga natural do processo de calcificação das sociedades pagãs da antiguidade. Qualquer um que deseje realmente lutar contra a oligarquia e a desigualdade injusta deveria ter como mote o livre mercado e o capitalismo propriamente entendido e nunca o avanço rumo à tirania típico da democracia demagógica da antiguidade.

Todos os indicadores da economia real e do setor financeiro estão apontando algo muito grande em 2016 e isso em escala global. Bolsas dos Eua e Japão caindo há 7 dias e o ouro acabou de atingir um patamar histórico recorde em relação ao preço do barril de petróleo. Some-se a isso a tentativa distópica de implementação de taxas de juros negativas e...

Um detalhe: os bancos europeus se encontram em situação periclitante, suas ações estão perdendo valor a cada dia e o Deutsche Bank sozinho tem potencial para derrubar o castelo de cartas do mercado de derivativos e o próprio sistema financeiro como um todo.

O limiar zero (taxas de juros nominal igual a zero) da política monetária é algo diretamente saído de alguma distopia futurística. Qualquer noção de implementabilidade só faz sentido em um cenário onde o papel moeda e qualquer possibilidade de remonetização dos metais seja definitivamente banida da face terra e sejamos então perpetuamente condenados a acreditar que dinheiro só existe dentro do sistema bancário e financeiro. ( Se as taxas de depósito bancário forem negativas, que tipo de maluco deixará seu dinheiro nos bancos?). Para não esquecer da distopia das distopias:
"Também obrigou todos, pequenos e grandes, ricos e pobres, livres e escravos, a receberem certa marca na mão direita ou na testa, para que ninguém pudesse comprar nem vender, a não ser quem tivesse a marca, que é o nome da besta ou o número do seu nome. Aqui há sabedoria. Aquele que tem entendimento calcule o número da besta, pois é número de homem. Seu número é seiscentos e sessenta e seis."
Apocalipse 13:16-18

Um quer salvar a civilização ocidental sem "sessar", o outro quer nos mostrar a "radicalidade" da vida inerente a estar "apaixonadamente" diante do "Outro" e ainda um outro nos mostra que Rocky Balboa era um grande anti-comunista e modelo de conservadorismo e alta cultura. A pressa realmente é inimiga da perfeição.

Um dos piores efeitos colaterais dos apressadinhos foi uma coisa chamada Wunderblogs e o estilo Martim Vasques da Cunha e Alexandre Soares da Silva. Os caras leram os ensaios do Olavo sobre "O Silêncio dos Inocentes" e "Aurora" e fizeram um ou outro texto legalzinho com variações sobre Bob Dylan e Eric Voegelin, o que seria perfeitamente compreensível e até bonitinho se parasse por aí. Mas não: continuam sempre em busca do jeito mais cool e descolado de falar da derrocada do bem, do bom e do belo, que é uma confeitaria com quitutes de manga japonesa e presunto parma das ilhas Fiji. O objetivo da vida: em busca da frase perfeita.

MURILO RESENDE





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