quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

Quando coloco um termo em circulação, é sempre no sentido exato que ele tem na bibliografia científica e filosófica. Mas logo vem atrás uma multidão de chupins e macaqueadores que o deformam semanticamente, que o reduzem a chavão e instrumento dócil para seus fins particulares, medíocrizantes na melhor das hipóteses, mas em geral francamente capciosos e oportunistas, quando não criminosos. O que fazem com o "ad hominem" no Brasil de hoje é algo como usar de papel higiênico páginas da "Divina Comédia". "Psicopata" tornou-se um carimbo infamante aplicável a qualquer cidadão normal que desagrade ao distinto redator. "Paralaxe cognitiva" virou xingamento. "Histeria", então, nem se fala. A dona gritou quando estava sendo estuprada? Histeria! O sujeito é xingado e revida? Histeria! Você perde a paciência com um pentelho obsessivo e o manda tomar no cu? Histeria!
Já não me sinto como um cidadão ingênuo que atirou pérolas aos porcos porque não sabia que eram porcos. Sinto-me como um idiota completo que distribuiu punhais entre orangotangos, pensando que eram seres humanos.


Em circulação maior no Brasil de hoje só há dois tipos de idéias: as do Olavo de Carvalho e as dos seus macaqueadores positivos ou negativos. Quem não percebeu isso ainda está dormindo ou é incapaz de distinguir entre um bicho vivo e um empalhado.


O de C

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